Imagem aérea do prédio referência em sustentabilidade, situado em Cuiabá
Foto: Divulgação
O processo da compostagem é responsável pela transformação de materiais orgânicos, como sobras de alimentos, podas de árvores e plantas, em um composto rico em nutrientes: o húmus. Ela acontece em etapas, nas quais micro-organismos e minhocas decompõem as fibras e disponibilizam os nutrientes a partir da matéria orgânica.
De fácil instalação e baixo investimento, a compostagem é uma alternativa viável para os pequenos negócios que desejam aproveitar os resíduos gerados em suas instalações.
No Centro Sebrae de Sustentabilidade, situado em Cuiabá, a compostagem eliminou o descarte de resíduos orgânicos em aterros. As sobras de alimentos gerados nas atividades, juntamente com as podas de arvores e as folhas, são destinados às composteiras locais. Foram adotados dois tipos de compostagem: vermicompostagem, com minhocas, e compostagem com esterco animal. O húmus gerado no processo é utilizado no paisagismo das instalações.
Vermicompostagem (minhocas)
Com capacidade para 2.400 litros, a composteira foi construída em parceria com o empresário Cláudio Aurélio Leal Dias, da Estrela Maior, e ocupa uma área de 5 m2. Cláudio explica que o projeto varia de acordo com as necessidades de cada empresa. “No Sebrae, a construção foi de alvenaria e reaproveitamento de bambu, mostrando que é uma iniciativa acessível a qualquer empresa, pois é possível utilizar materiais diversos”, ressalta o empresário.
As minhocas mais utilizadas são a vermelha da Califórnia e a noturna africana, pois convertem com maior rapidez o composto em húmus, e o número ideal é de meio litro por metro quadrado. O ciclo completo da compostagem, de acordo com dados da Embrapa, depende da origem e tamanho dos resíduos orgânicos, além da instalação e composição das pilhas do composto, podendo chegar de 45 a 60 dias.
Área de vermicompostagem
A umidade, temperatura, pH e ventilação do local também são fatores importantes no processo. Josyany Duarte Mendes, consultora em Gestão Ambiental, explica que o monitoramento garante um húmus de melhor qualidade. “Por se tratar de um processo aeróbico, é preciso manter ventilação, temperatura e nível de umidade adequados. Empresas que não desejam comercializar o húmus, e sim utilizar na propriedade, podem fazer o monitoramento mecânico, por exemplo da umidade, apertando o composto entre as mãos”, explica.
Ao incorporar material orgânico na composteira, é necessário revirar periodicamente e muitas das vezes regar para que haja uma melhor ação das minhocas e decomposição do material. Quando o composto está pronto para ser retirado dos canteiros, o material apresenta cor escura uniforme, consistência leve e aroma neutro.
Compostagem com esterco
No caso das propriedades rurais, estercos de animais (ovinos, aves, bovinos) também podem ser utilizados, melhorando a qualidade do produto final e reduzindo o tempo de produção do húmus.
Assim como a vermicompostagem, a disposição dos materiais é feita em camadas, sendo que neste caso, as minhocas são substituídas por esterco para acelerar o processo de decomposição.
A primeira camada a ser colocada é de material vegetal seco, com folhas, palha ou galhos picados, umedecendo de maneira uniforme, sem encharcá-la. A segunda camada é montada com restos alimentos e esterco. Novamente, deposita-se material vegetal seco, e assim sucessivamente, até altura aproximada de 1,5 metros. Neste caso, o processo de reciclagem dura de 90 a 120 dias.
Área de compostagem com esterco
É importante lembrar que, nos dois tipos de compostagem citados, o local da instalação deve ser de fácil acesso e o solo deve possuir boa drenagem. Também é desejável mantê-la em espaço sombreados e protegido de ventos intensos.
Além disso, os materiais utilizados não devem conter vidros, plásticos, tintas, óleos, metais, pedras, excesso de gorduras ou ossos inteiros (apenas moídos). A carne deve ser evitada, uma vez que atraem insetos, e o papel pode ser utilizado em até 10% do total de materiais.
Confira o infográfico do CSS para mais informações.
(Por Jéssica Ferrari, do Centro Sebrae de Sustentabilidade)
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