Efeitos das alterações bruscas do clima são sentidos em todo o mundo. Foto: Eskinder Debebe/UN
Sete países de economias diferentes, distribuídos por regiões distintas do globo, mas com um ponto em comum: a vulnerabilidade quando o assunto são as mudanças climáticas. O que os difere, nesse sentido? A capacidade para lidar com o problema. Isso é o que mostra um novo relatório da consultoria britânica de risco Maplecroft, divulgado na sexta-feira, 24 de agosto, pela Exame.
O relatório destaca que, embora os desastres naturais ocorram em todo o mundo, a todo o tempo, alguns países acabam sofrendo menos com os estragos por conta da capacidade de recuperação. Embora a maior parte do Japão (40% da população) esteja mais susceptível a enfrentar ciclones tropicais do que as Filipinas, por exemplo, se ambos os países sofressem eventos semelhantes, morreriam 17 vezes mais pessoas nas Filipinas que no Japão, segundo estimativas da ONU.
O nível de risco foi calculado por meio de uma série de fatores, incluindo a robustez econômica, a força de governança e a infraestrutura. Conheça o Top 7!
Situação da Índia é agravada por um alto grau de pobreza.
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7) Índia
O segundo país mais populoso do mundo é também um dos mais vulneráveis aos desastres naturais. Quase toda a Índia tem um grau elevado ou extremo de sensibilidade, devido à pressão da população e seu ritmo de crescimento econômico, que gera tensão aguda na demanda por recursos naturais.
Esta situação é agravada por um alto grau de pobreza, sistema de saúde precário e dependência agrícola de grande parte da população. Para não falar da insegurança energética – grande consumidor de combustíveis fósseis baratos, como carvão, que contribuem fortemente para as altas emissões, a Índia enfrentou um apagão histórico em agosto, que deixou mais da metade do país no escuro. Uma catástrofe natural de grandes proporções pode afetar profundamente a economia indiana.
A rápida urbanização agrava o problema nas Filipinas.
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6) Filipinas
As Filipinas são um país especialmente suscetível ao aquecimento global, com consequências que refletem direto na economia e na segurança alimentar do país. A consultoria destaca alguns fatores que têm contribuído para a maior incidência de desastres, como níveis de precipitação alta, a rápida urbanização e o desmatamento ilegal, que expõem o solo à degradação.
Eventos climáticos extremos afetam uma de suas principais atividades agrícolas, o cultivo de arroz, grão também onipresente na dieta da população local. Segundo o Banco de Desenvolvimento Asiático, se não forem tomadas medidas para adaptar o país aos efeitos das mudanças climáticas, a produção de arroz do país pode cair até 70% até 2020. O problema é que o país é relativamente fraco na hora de se preparar para responder às emergências.
Exposição aos furacões é uma constante no México.
Foto: Wikimedia Commons
5) México
A exposição aos furacões é uma constante no México, principalmente nos litorais do país com o Atlântico e o Pacífico. A cada ano, o aumento da frequência de perdas econômicas causadas por esses fenômenos vem afetando profundamente a produção agrícola.
Há mais de duas décadas sem receber ajuda relevante do governo, o setor agrícola carece de investimento em diversos fatores de produção, de maquinaria à logística.
Taiwan sofre com terremotos e tufões. Foto: Getty Images
4) Taiwan
Terremotos e tufões são os dois principais riscos naturais em Taiwan. Na segunda semana de agosto, o governo determinou a retirada de 3.000 pessoas e mobilizou centenas de soldados ante a aproximação do tufão Tembin, que ameaça a ilha com fortes ventos e chuvas torrenciais. A exposição do país a fortes ciclones tropicais foi demonstrada pelo tufão Morakot, em agosto de 2009.
O impacto econômico da tempestade foi limitado porque a maioria dos danos se concentraram nos setores da agricultura e do turismo, que compreendem uma porção relativamente pequena de produção global da economia do país. Mas, segundo o relatório da Maplecroft, o custo e as implicações do tufão Morakot teriam sido substancialmente maiores se as tempestades atingissem áreas chaves de produção, como os centros industriais.
Boa parte da produção econômica chinesa se concentra ao longo da zona costeira, área exposta a terremotos. Foto: Getty Images
3) China
Dada a escala da economia, um evento extremo apresenta riscos significativos que vão além das fronteiras do país. O relatório da Maplecroft destaca que boa parte da produção econômica se concentra ao longo da zona costeira no Leste da China, em particular em torno do Mar Amarelo, área exposta a terremotos.
O perigo no gigante asiático mora próximo de seus rios, incluindo o Yangtsé, o maior do país. Em dias de fortes chuvas, eles transbordam, inundam as cidades e estragam plantações. A classificação da China entre os países sob “risco extremo” reflete a exposição econômica chinesa a este e outros desastres naturais.
Os incêndios devastadores, como o que atingiu o Colorado em junho, tornam-se cada vez mais constantes nos EUA. Foto: Getty Images
2) Estados Unidos
Classificado pelo relatório como país de "risco extremo", os Estados Unidos ocupam a segunda posição no ranking de maior exposição aos desastres naturais. A temporada de furacão norte-americana de 2011 foi uma das mais intensas da história dos EUA, com mais de 1.100 tornados registrados.
Os incêndios devastadores, como o que atingiu o Colorado em junho, são outra constante na região, e também a seca, que chegou a níveis recordes em 2012, afetando o preço dos grãos em todo o mundo. Mas, segundo o relatório, esses eventos extremos são contrabalanceados por um sistema eficaz de infraestrutura do governo e boa resiliência socioeconômica, ou seja - o país é capaz de recuperar bem dos danos e perdas causadas pelas tempestades severas e tornados.
Em números gerais, o tsunami no Japão foi o evento sísmico global mais caro da história. Foto: Getty Images
1) Japão
A exposição da economia japonesa aos perigos naturais é avaliada como de "risco extremo" pela Maplecroft. Por ser a terceira maior economia do mundo, um desastre de grande magnitude, como o tsunami que atingiu o país em março de 2011, causa impactos financeiros que podem ser sentidos mundialmente.
Os danos na usina nuclear de Fukushima afetaram o fornecimento de energia para a região, mas também a produção industrial. Em números gerais, o tsunami no Japão foi o evento sísmico global mais caro da história, com custo estimado em 210 bilhões de dólares.
No entanto, ressalta a Maplecroft, o país tem resiliência exemplar e os esforços de construção e reconstrução garantem a retomada do crescimento econômico.
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