Em seus versos, Mário de Andrade celebrava a infância da linguagem, citando a “gostosura” de uma “língua curumim”. O poeta, um dos modernistas paulistas de 1922 e autor de obras fundamentais à cultura brasileira como “Macunaíma”, foi entusiasta da relação entre crianças, leitura e linguagem. E entre tantas credenciais, Mário foi também um herói das bibliotecas infantis. As bibliotecas paulistanas pensadas por Mário ajudaram a sedimentar, na época, a cultura como política, uma atuação de viés humanista.
Em 15 de abril de 1936, o jornal O Estado de S. Paulo noticiava a inauguração da biblioteca Monteiro Lobato, a primeira infantil da cidade. Em seu discurso, Mário disse como o empreendimento “viria a contribuir para formar o espírito do futuro paulista”. O pesquisador Leonardo de Assis, estudioso da implantação dessas bibliotecas, reitera como Mário e sua equipe acreditavam que a preocupação com a identidade nacional, não só a paulista, passava pela formação do público infantil através das bibliotecas.
“Era um ideal europeu de difusão da educação e da cultura, algo desejado pelas populações no pós-guerra: a vontade de um novo mundo, de novas relações sociais”, explica Ivete Pieruccini, professora de biblioteconomia da USP.
Mário pensava a biblioteca a partir de percursos por diferentes roteiros culturais, em equipamentos adaptados às necessidades dos pequenos (como o mobiliário e a gestão das relações adaptados às crianças, por exemplo). A pioneira Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, por exemplo, nasceu no centro de SP com uma série de atividades como jornalzinho, grupos de teatro e sala para filmes. “Mário pensou a criança com o corpo e a cabeça tratada (no sentido do pensamento), com boa formação a partir dos livros e de todo esse circuito”, elogia a professora Ivete.
As atividades culturais nas bibliotecas deveriam, para Mário de Andrade, estar sempre atreladas a um “espírito de civilidade”, um pensamento também político, algo que para ele era indispensável na formação de um novo Brasil.
Que o legado de Mário foi importantíssimo para o país, ninguém duvida. Por causa desse incentivo especial à leitura infantil, hoje em dia é muito mais fácil encontrar o ambiente certo para ler para uma criança. Para a leitura com as crianças ser mais que um hábito, e sim um gostoso ritual, você, seu filho, sua filha ou o pequeno leitor que estiver com você, podem todos levar os livros para os mais diversos cenários e locações fora de casa — os livros podem lhes acompanhar em qualquer lugar ao redor do Brasil ;-)
Parques
No Parque da Cidade, na Asa Sul de Brasília, tem até um parque de diversões que pode ser o passeio pós-leitura! O Ibirapuera, na capital paulista, tem um lago gigante, águas dançantes, parquinhos e outro aparatos esportivos que você pode usar como palco para representar as histórias que seus filhos tanto amam! E o “Ibira” acabou de inaugurar um “Bosque da Leitura”!
E o Parque Nacional da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, que é um fantástico trecho de selva tropical cheio de animais e cachoeiras, que seus filhos vão ficar apaixonados? Outro lugar imperdível por suas flores lindas do cerrado e com um mirante espetacular é o Parque Mãe Bonifácia, em Cuiabá, outro cenário verde fantástico para pais, mães, filhos, filhas e livros.
Centros culturais
Em São Paulo, a gente apoia o Cantinho da Leitura e a Feirinha de Livros do Itaú Cultural, que a diversão é garantida! ;-) Já em Minas Gerais, o parque Inhotim é de encher os olhos de pais e filhos com suas grandes instalações artísticas e gramados, onde as crianças podem se inspirar ainda mais lendo as histórias das obras e seus livros prediletos!
Também em SP, o Centro Cultural São Paulo tem ampla biblioteca, e vários espaços onde as crianças podem brincar e esparramar todos seus livros. Já Salvador reserva lindos cenários no Solar do Unhão, centro cultural para relaxar e contar fábulas para seus filhos com vistas de tirar o fôlego da Baía de Todos os Santos.
Não perca a chance de ler sempre que possível. Leve os livros juntos quando deixar seus filhos na casa da vó, da tia, da madrinha… Que tal visitar a aula dele e ler junto com a professora e os coleguinhas da escolinha ou da creche? Você pode formar também um grupo de leitura com outros pais, mães, filhos e filhas…
A leitura cai muito bem em momentos do cotidiano, para entreter não só os pequenos, mas a você também: numa sala de espera, no metrô, numa fila, ou até antes deles dormirem. O importante, claro, é ler sempre — e deixar que a criança se divirta nesses mundos imaginários. Leia para uma criança #issomudaomundo ;-)
Este texto foi publicado originalmente em www.medium.com/itau
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