Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, já está na Índia para participar da COP-11.
Foto:Wilson Dias/ABr
Por Agência Brasil
A chegada dos ministros do Meio Ambiente de mais de 100 países, esta semana, a Hyderabad, na Índia, onde é realizada a 11ª Conferência das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP-11), pode significar o fim de alguns impasses em torno das negociações iniciadas no dia 8 de outubro. Negociadores de países desenvolvidos e em desenvolvimento não conseguiram acordos em torno de questões prioritárias para a conservação das espécies no planeta.
De acordo com observadores, os segmentos de alto nível dos países, reunidos desde terça-feira (16), estão mostrando sinais positivos de que estão dispostos a intensificar e assumir as metas de proteção da biodiversidade, acordadas há quase dois anos, em Nagoya, no Japão.
A mobilização de recursos a serem usados na conservação biológica do planeta continua sendo o ponto mais polêmico e com menos sinais de solução. Ainda que os 192 países que participaram da COP-10 tenham reconhecido a necessidade de adotar ações para estancar a perda de espécies no mundo, os efeitos da crise financeira mundial têm dificultado esse comprometimento.
O superintendente de Conservação da organização não governamental WWF-Brasil, Mauro Armelin, que acompanha as atividades na Índia, destacou que os negociadores dos países desenvolvidos não querem se comprometer com metas concretas e os representantes de países em desenvolvimento informam que se não houver dinheiro eles terão dificuldades em cumprir os compromissos assumidos em Nagoya.
Apesar do impasse, os observadores ressaltam que existe, nas salas e nos corredores da conferência, um movimento sobre o financiamento por meio de metas acordadas ou anúncios unilaterais. Há informações de que a França e outros países da União Europeia sinalizaram alguma disposição para esse orçamento, mas ainda não existem compromissos concretos e oficiais.
Os ministros do Meio Ambiente também terão que se debruçar sobre as negociações de áreas marinhas ecologicamente ou biologicamente significativas, que avançou pouco na primeira semana da conferência. A China, o Japão, o Peru, o México e a Argentina não querem reconhecer os relatórios que identificam as áreas importantes para a conservação em alto-mar. A falta desta validação vai comprometer a gestão destas áreas pelo órgão da Organização das Nações Unidas.
O governo brasileiro ainda tem enfrentado dificuldades ao negociar a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (Redd+). O Brasil quer evitar a definição de salvaguardas de biodiversidade nos textos da COP e pressiona por uma clara separação entre a Convenção de Diversidade Biológica (CDB) e a Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Outras delegações, como a da Colômbia, não aceitam qualquer custo adicional para o monitoramento e a produção de relatórios no âmbito dos programas de Redd+.
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