Preços altos dos alimentos e bebidas em pontos turísticos do Rio e problemas no preparo, especialmente em praias, são justificativas suficientes para levar o lanche de casa
Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva
Os preços altos de alimentos e bebidas em pontos turísticos do Rio de Janeiro, especialmente em praias, são justificativa suficiente para levar o lanche de casa. Por causa do calor e de problemas recorrentes no preparo e armazenamento de produtos à venda em quiosques, por ambulantes e restaurantes, levar comida pronta pode ser a melhor opção para não passar mal.
A Superintendência de Alimentos, da Vigilância Sanitária Municipal, fiscalizou, desde dezembro de 2014, 342 estabelecimentos, aplicou 95 multas e inutilizou 1 tonelada de alimentos, sendo a maioria carnes, bacalhau, aves e salgadinhos, em toda a orla carioca.
As altas temperaturas, somadas à falta de higiene no preparo dos alimentos, estimulam a proliferação de microorganismos que aumentam as chances de os produtos estragarem, explica o superintendente de Alimentos da Vigilância Sanitária Municipal, Luiz Carlos Coutinho. Ele alerta que, na praia, por exemplo, devem ser evitados todos os derivados de animal, como o queijo coalho na brasa e o espetinho de camarão.
“O camarão tem todos os riscos possíveis e imagináveis: tem corante, para dar aquela cor avermelhada e passar uma falsa impressão de frescor, tem a validade e a falta de higiene no preparo. Geralmente, está passado porque foi retirado há horas e horas do gelo, portanto, cheio de microorganismos [que causam doenças]”, destacou Coutinho.
No pós-praia, ele sugere evitar ainda o churro e o milho. “Há casos em que a água do milho e o próprio milho estão cheios de larva, porque água de cocção não é trocada há dias.”
A nutricionista Edna Garambone lembra que os sanduíches com salpicão ou qualquer produto que contenha maionese devem ser rejeitados nesta época. Apesar de o sanduíche natural ser um hábito do carioca, ela alerta que, fora da refrigeração, o produto estraga rápido. A orientação é optar por frutas que contenham bastante água como melancia, melão e manga. “Banana, maçã, pera e ameixa frescas são fáceis de transportar”, acrescenta Edna.
Para quem não se contenta com frutas na refeição, o superintendente diz que o melhor mesmo é levar comida de casa. Segundo Coutinho, a comida preparada no mesmo dia e armazenada em isopor tem menos chances de fazer mal à saúde.
A família de Vânia Bastos Domingos, de 43 anos, mesmo sem saber da recomendação, já cumpre à risca. Aproveitando o dia na Praia de Ipanema, levou sanduíches de queijo e bebidas em uma bolsa térmica. Ela não acrescentou nem presunto. “Não gosto de colocar [presunto] para não estragar, com esse calor não dá para arriscar”, comentou.
Pensando em economizar, Nilcéia dos Santos, de 42 anos, e as três filhas também fizeram sanduíches para passar o dia na praia. “Trouxe tudo de casa, tudo armazenado aqui na bolsa. Só compramos aqui o gelo para não carregar bolsa pesada”, contou.
Segundo Coutinho, o frango assado, quando preparado no mesmo dia e bem armazenado, também pode ser uma alternativa sem provocar qualquer infecção intestinal. “Não é vergonha ser farofeiro. São pessoas que fazem a comida fresquinha, o empadão, o frango ou o sanduíche e sabem que esses produtos têm um tempo para ser consumidos.”
Fora de casa, também é preciso evitar tomar bebidas na lata ou diretamente nos frascos. O ideal é usar o canudinho ou copos plásticos, sem encostar a boca no recipiente.
(Por Isabela Vieira, da Agência Brasil)
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