Hoje só 1% da energia consumida no país vem da energia eólica, enquanto essa taxa chega a 28% na Dinamarca
Foto: Gurit Composites
"Com todas essas mudanças que ocorreram, o setor precisa de um sinal de demanda. Dêem-nos um mercado que mostramos o que somos capazes de fazer". A declaração, em tom de apelo, vem da presidente executiva da Abeeólica, Elbia Melo, ao se referir ao contexto atual da energia eólica no Brasil, entendido por ela como um período de mudanças.
Empresários e representantes de entidades defenderam o potencial e a capacidade da energia eólica em atender à demanda brasileira, durante o evento Brasil Wind Energy Conference (BWEC), realizado na segunda-feira, 27 de maio, em São Paulo.
Patrocinado pelo governo da Bahia, Estado que tem US$ 10 bilhões em investimentos no setor, de acordo com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Silva Santos Correia, o BWEC também serviu de cenário para críticas à mudança de postura do governo federal.
Linhas de transmissão
Recentemente, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) excluiu o setor eólico do leilão para contratação de energia para 2018 (A-5), restringiu a participação nos leilões para 2016 (A-3) e de reserva a apenas projetos com garantia de interligação à malha de transmissão.
"Desenvolvemos exatamente o modelo competitivo que a presidente Dilma pediu. Podemos mostrar que a eólica está no caminho certo", defendeu o secretário ao Estadão, acrescentando que o setor seria afetado por "atitudes burocráticas".
Para a presidente executiva da Abeeólica, 2013 será um ano crucial para o setor. "Estamos em uma fase de transição, que será decisiva. Diante dessa queda de demanda, fabricantes terão que decidir se ficarão no Brasil ou não", avaliou.
Elbia também cita as mudanças nas regras da linha Finame, do BNDES, que estão mais rígidas, e a elevação do patamar de 50% das reservas provadas (conhecido como P50) para 90% (P90) .
Brasil no TOP 10
Segundo a Abeeólica, até o final de 2013, o país chegará a 6 GW, entrando para o rol das dez nações com maior capacidade eólica instalada, ranking liderado de longe pela China e pelos Estados Unidos. Atualmente, o Brasil ocupa a décima quinta posição na lista.
Só em 2012, o país quase duplicou sua capacidade instalada, chegando a 2,5 mil megawatts (MW), uma expansão surpreendente se comparada aos mirrados 27 MW registrados em 2005.
Contudo, hoje só 1% da energia consumida no país vem dessa fonte, enquanto essa taxa chega a 28% na Dinamarca.
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