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Desmatamento em florestas tropicais prejudica ventos e chuvas, sugere cientistas

A explicação tradicional de que os ventos são consequência das diferenças de temperatura na atmosfera terrestre pode ser apenas uma versão parcial da história. Uma nova corrente sugere que os ventos que impulsionam a circulação do ar acabam criados, principalmente, pela condensação de umidade. Ou seja, através da água que evapora ou é transpirada das árvores, especialmente das florestas tropicais.

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04/02/2013 às 10:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 6:44 - há XX semanas
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Foto: TheFutureIsUnwrite

A explicação tradicional de que os ventos são consequência das diferenças de temperatura na atmosfera terrestre pode ser apenas uma versão parcial da história. Uma nova corrente sugere que os ventos que impulsionam a circulação do ar acabam criados, principalmente, pela condensação de umidade. Ou seja, através da água que evapora ou é transpirada das árvores, especialmente das florestas tropicais.

A teoria sugere que os ventos e as chuvas podem retornar à uma área caso haja reflorestamento

Caso os pesquisadores estejam certos, o desmatamento pode reduzir os ventos e, por consequência, as chuvas. “Nas teorias padrão, se perdermos as florestas, a precipitação nos interiores continentais geralmente declina de 10% a 30%. Em nossa teoria, é provável um declínio de 90% ou mais”, explica à New Cientist um dos defensores da hipótese, Douglas Sheil, da Southern Cross University, em Lismore, Austrália.

A co-autora do estudo, Anastassia Makarieva, da Universidade de São Petersburgo, na Rússia, afirma que a questão nunca foi investigada a fundo. Segundo ela, seus cálculos sugerem que a condensação de bilhões de litros de água acima de florestas gigantes produziriam um efeito de grandes proporções.

Controvérsia

Há um consenso científico de que as florestas ‘reciclam’ a chuva através da evaporação e transpiração. No entanto, esta é a primeira vez que os pesquisadores sugerem que este processo interfere nos ventos que sugam o ar úmido do oceano entre os continentes.

Alguns especialistas na área estão céticos em relação ao estudo. Segundo eles, embora a descrição do processo seja “fisicamente correto”, a magnitude do evento está superestimada. “Este não é um efeito misterioso. Ele é pequeno e incluído em alguns modelos atmosféricos”,diz Isaac Held, do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), em Princeton, Nova Jersey (EUA).

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