Aproximadamente 75% das emissões de GEE no Brasil vêm de queimadas e devastação de florestas e outros biomas. Foto:leoffreitas
O desmatamento na Amazônia Legal caiu 17% entre 1º de janeiro e 15 de agosto de 2012, na comparação com o mesmo período de 2011, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As informações foram obtidas através do sistema de detecção do desmatamento em tempo real (Deter), que usa imagens de satélite para visualizar a perda de vegetação na região.
Quando comparados os dados no intervalo de tempo avaliado, a devastação passou de 1.485,66 km² de floresta em 2011 para 1.232,75 km² em 2012, um recuo de 252,91 km².
Na comparação entre os três últimos meses deste ano (de 15 de maio a 15 de agosto de 2012) com o mesmo período de 2011, o recuo no desmate foi maior, de 27,8%. A devastação passou de 773,85 km², no intervalo registrado em 2011, para 558,21 km² neste ano.
Em agosto, o Inpe anunciou que publicaria informações do Deter a cada 15 dias. Os dados são considerados um levantamento rápido e não têm o nível de detalhe da pesquisa oficial prevista para o final do ano pela instituição.
O estado campeão no ranking da devastação continua sendo o Mato Grosso (694,69 km² de área destruída), seguido do Pará (321,58 km²) e de Rondônia (121,68 km²), segundo os dados do Deter de janeiro a agosto de 2012. Em 2011, estas mesmas unidades federativas lideraram o desmate da Amazônia Legal - o Mato Grosso perdeu 744,68 km² de floresta, o Pará perdeu 365,92 km² e Rondônia teve 230,36 km² de desmatamento.
Fiscalização e crise econômica
Para o professor de política ambiental e mudanças climáticas da Unesp (Universidade Estadual Paulista), David Montenegro Lapola, apesar de parciais, os números mostram continuação na tendência de queda no desmatamento da Amazônia, "algo que ocorre desde 2004".
Ele apontou dois fatores para o recuo na destruição: a maior presença do poder público na Amazônia, principalmente na forma de fiscalização, e o desaquecimento da economia global, que pode ter levado a uma demanda menor por produtos da fronteira agrícola na região, que há anos têm se expandido rumo à floresta.
Para o professor, a criação de áreas de proteção ambiental e a presença maior de agentes da Polícia Federal e do Ibama na região nos últimos anos contribuíram para a diminuição do desmatamento. "Mas não podemos ignorar a questão do desaquecimento econômico internacional", ressaltou ao G1.
Reduzir 100%, em vez de 80%
O pesquisador observou que a queda na destruição da Amazônia contribui também para a redução nas emissões de gases de efeito estufa (GEE). Aproximadamente 75% das emissões de GEE no Brasil vêm de queimadas e devastação de florestas e outros biomas, incluindo a Amazônia.
"Acho que ainda há mais o que fazer com relação à fiscalização. Se a gente pode reduzir em 80% [o desmatamento], por que não podemos reduzir em 100%?", questionou o professor, fazendo referência à meta definida por lei no Brasil pela Política Nacional de Mudanças Climáticas. De acordo com a legislação, o país tem como meta reduzir a destruição da Amazônia em 80% até 2020.
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