Cada entidade que adere ao Pacto se compromete voluntariamente a implementar em sua localidade pelo menos três ações que preservem as nascentes e os rios
Fotos: Divulgação/WWF-Brasil
12 de novembro é do Dia do Pantanal. E temos o que comemorar. O WWF-Brasil, junto com o governo do estado de Mato Grosso e mais de 50 entidades parceiras, trabalham juntos numa iniciativa que tem por objetivo proteger e recuperar as águas das Cabeceiras do Pantanal – onde nascem as águas responsáveis por alimentar 80% da planície inundada, pelo abastecimento de mais de três milhões de pessoas e pela manutenção da rica biodiversidade local: mais de 4 mil espécies de animais e plantas registrados.
O Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, como é conhecida a aliança vai recuperar 700 quilômetros de rios (Paraguai, Jaurú, Sepotuba e Cabaçal) e mais de 70 nascentes localizadas em 25 municípios de Mato Grosso. O trabalho de reflorestamento da mata ciliar – vegetação nativa existente nas margens dos rios, cursos d’água e nascentes e que funciona como filtro de proteção das águas – abrange uma área de mais de 23 mil hectares.
Para atender a demanda, a previsão é de que sejam criados novos negócios e empresas, como de produção de insumos, de execução de serviços e de qualificação profissional e mais de mil empregos e renda para as comunidades locais.
Serão necessários mais de 15 viveiros de mudas para fazer o replantio. "Abrem-se oportunidades de venda de sementes, ferramentas, mão-de-obra para o reflorestamento, retirada de entulho e instalação de cercas para a proteção das nascentes. Ou seja, toda uma cadeia produtiva será gerada e incentivada por meio da conservação ambiental”, diz o especialista em conservação do WWF-Brasil, Ângelo Lima.
Risco ecológico
A ideia do Pacto surgiu em 2012, quando um estudo - realizado pelo WWF-Brasil, em parceria com o HSBC, a organização não-governamental The Nature Conservancy (TNC), o Centro de Pesquisas do Pantanal, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e a Carterpillar - mostrou que a área das Cabeceiras do Pantanal estava em alto risco ecológico, requerendo ações urgentes.
No último dia 8 de junho, além do WWF-Brasil, o governo de Mato Grosso, todos os prefeitos dos 25 municípios e diversas entidades parceiras da sociedade civil formalizaram a aliança e assinaram a adesão ao Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, e portanto, se comprometeram a trabalhar na recuperação dos recursos hídricos da região.
"Reino das águas"
Carlos Nomoto, secretário-geral do WWF-Brasil, reforça a importância da Organização na conservação do Pantanal, “o reino das águas”: nossa missão é trabalhar por um planeta onde as pessoas vivam em harmonia com o meio ambiente e o Pacto mostra o potencial de uma ação quando é produzida em conjunto por toda a sociedade.
Cada entidade que adere ao Pacto se compromete voluntariamente a implementar em sua localidade pelo menos três ações que preservem as nascentes e os rios, como por exemplo: a recuperação de áreas degradadas, a adequação ambiental de estradas rurais e estaduais até 2020, a melhoria do saneamento básico, a implantação de biofossas nas zonas rurais e melhoria da gestão de resíduos sólidos e da gestão de recursos hídricos, a promoção de atividades culturais e educativas sobre a importância da proteção das águas (rios e nascentes) e do reflorestamento.
Primeiros resultados
Até o momento, a parceria entre as diversas entidades do Pacto possibilitou algumas conquistas, como por exemplo a instalação de 40 biofossas na zona rural, evitando que dejetos humanos cheguem aos rios e melhorando a qualidade de vida dos produtores que passam a ter saneamento básico e um biofertilizante para regar árvores frutíferas.
Outro resultado positivo é que os municípios de Tangará da Serra e Mirassol d’Oeste foram selecionados pela Agência Nacional de Águas (ANA) para receber recursos financeiros que serão destinados à implantação de projetos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), por meio do Programa Produtor de Água. Assim, em breve, os produtores dos dois municípios serão remunerados financeiramente pela proteção das nascentes e dos recursos hídricos locais, pela conservação das matas ciliares e pela implementação de boas práticas agropecuárias e do manejo do uso do solo.
Adesão
A região das Cabeceiras do Pantanal abrange 25 municípios do Mato Grosso, sendo eles: Alto Paraguai, Araputanga, Arenápolis, Barra do Bugres, Cáceres, Curvelândia, Denise, Diamantino, Figueirópolis D´Oeste, Glória D´Oeste, Indiavaí, Jauru, Lambari D’Oeste, Mirassol D’Oeste, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Olímpia, Porto Esperidião, Porto Estrela, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Santo Afonso, São José dos Quatro Marcos, Salto do Céu e Tangará da Serra.
Veja também:
Leia também:
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!