Todos nós temos um papel a desempenhar, cada um em nossos respectivos âmbitos, no combate ao racismo
Foto: Dominic Chavez/Banco Mundial
Por Irina Bokova*
Em 2016, o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial é marcado pelo 15º aniversário da aprovação da Declaração e Programa de Ação de Durban na Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, realizada em 2001.
A discriminação racial divide e mata. Ela impede a paz entre os Estados e ameaça a coesão social dentro de sociedades cada vez mais diversas. Ideólogos sectários se baseiam no ódio ao outro para levar a cabo a limpeza étnica e cultural em larga escala. A escravidão com base na raça e na religião persiste e está aumentando em muitos países em todo o mundo. A crise histórica dos refugiados serve de pretexto para fomentar preconceitos e a rejeição dos outros. Mais do que nunca, precisamos, redobrar esforços em âmbito mundial para construir as defesas contra o racismo e a intolerância na mente de cada indivíduo e dentro das instituições.
Para combater este mal, que se alimenta da ignorância e do ódio aos outros, a Unesco promove a educação para a cidadania global e desenvolve ferramentas e conhecimentos capazes de aprimorar a compreensão mútua, o pensamento crítico e o diálogo intercultural. O Projeto Rota do Escravo aumenta a consciência sobre a história da escravidão e alerta sobre as percepções e as formas de discriminação que daí resultaram.
Iniciativas como a Década Internacional para a Aproximação das Culturas (2013-2022) e a Década Internacional dos Povos Afrodescendentes (2015-2024) são plataformas poderosas para atribuir mais profundidade ao diálogo para eliminar o preconceito racial.
A Coalizão Internacional de Cidades contra o Racismo, lançada pela Unesco, compõe uma rede de debate e ação para fortalecer políticas públicas e programas de combate à exclusão. Nesse mesmo espírito, a Unesco acaba de lançar um relatório sobre racismo e discriminação no futebol internacional, que oferece exemplos de boas práticas a serem difundidos no mundo do esporte.
A discriminação racial, que pode ser brutal e abrangente, às vezes é incorporada em leis injustas. Pode também, de forma insidiosa e silenciosa, privar as pessoas de seus direitos básicos ao emprego, à habitação e a uma vida social. Todos nós temos um papel a desempenhar, cada um em nossos respectivos âmbitos, no combate ao racismo.
Neste dia, clamo aos Estados-membros, às organizações da sociedade civil e aos cidadãos a levantar suas vozes e agir para eliminar a discriminação racial, que é condição sine qua non para a construção de sociedades mais inclusivas e tolerantes e, portanto, mais fortes e sustentáveis.
*Irina Bokova é diretora geral da Unesco.
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