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SUSTENTABILIDADE

"É um problema de gravidez. O metrô de Salvador não funcionará até 2015", diz Gabrielli

Prestes a completar dois meses na administração da Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia (Seplan), o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli ainda está se ambientando frente a um órgão estadual estratégico. "Estou tocando os projetos que existem, tentando fazer com que eles executem. Eu trouxe uma experiência de gestão, de fazer as coisas acontecerem. Não tem muita mágica", conta.

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08/05/2012 às 10:15 • Atualizada em 08/09/2022 às 8:20 - há XX semanas
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Após seis anos à frente da Petrobras, Gabrielli acredita que a maior problemática ambiental atual é a energia/Foto: World Economic Forum

Prestes a completar dois meses na administração da Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia (Seplan), o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli ainda está se ambientando frente a um órgão estadual estratégico. “Estou tocando os projetos que existem, tentando fazer com que eles executem. Eu trouxe uma experiência de gestão, de fazer as coisas acontecerem. Não tem muita mágica”, conta.

Em entrevista ao EcoD, Gabrielli foi enfático ao afirmar que a principal linha do metrô de Salvador estará pronta até a Copa de 2014, mas não estará funcionando. “Não tem a menor possibilidade física. O metrô já deve estar em fase final, deve entrar em 2015, se começar a construir hoje. É um problema de gravidez, tem que ter nove meses. Com oito meses é prematuro, com sete meses é difícil sobreviver, com seis não sobrevive”, enfatiza.

O corredor estruturante de 22 quilômetros será interligado à Linha 1 do metrô, cujos 6 km estão em construção há 12 anos pela administração municipal. Segundo ele, o evento esportivo contará com outras estratégias de mobilidade, como a otimização das linhas de ônibus e uma ocupação diferente da cidade.

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A linha 1 do metrô de Salvador, com 6 km, está em construção há 12 anos/Foto: Ministério do Planejamento

Desafios

A mobilidade urbana na capital baiana é um dos desafios que o ex-presidente da Petrobras enfrentará na sua gestão. Para ele, a cidade, que conta com cerca de 700 mil automóveis em circulação, necessita de melhor estruturação urbana. “Se tivéssemos menos engarrafamento, melhor planejamento urbano, e uma cidade melhor localizada em termos de distribuição de serviços públicos, teríamos menos carros circulando”, afirma.

No entanto, fazendo jus aos seus seis anos comandando a terceira maior empresa de energia do mundo, o secretário acredita que o maior desafio ambiental da humanidade nos próximos anos é prover o consumo de energia. “Sustentabilidade hoje significa crescimento econômico com eficiência energética, além de um forte envolvimento na inclusão social”, acredita. O consumo energético está crescendo impulsionado pelos países em desenvolvimento, devido ao crescente acesso à eletricidade.

“Tivemos um excelente programa no Brasil chamado Luz para Todos. Nós pegamos 15 milhões de pessoas tiramos do século 16 e colocamos no século 19. Demos uma lâmpada de luz à casa delas. Ao fazer essa simples atividade se fez uma transformação radical na vida dessas pessoas. Mas, além disso, provocou a compra de dois milhões de geladeiras, 1,5 milhão de rádios, quase 1 milhão de ferros de passar. Foi criada uma demanda”, pontua Gabrielli.

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Segundo Gabrielli, o consumo energético cresce, puxado pelos países em desenvolvimento/Foto: Gov/Ba

Alternativas

Gabrielli não acredita que o investimento em fontes de energia renovável bastará para solucionar a problemática de consumo energético. Segundo ele, as quatro fontes primárias de energia renovável (solar, eólica, geotermal e ondas), somadas, representam somente 0,9% da matriz energética mundial. “Se estas crescerem 10 vezes mais rápido do que todas as outras, em 10 anos elas chegarão a 9%. Então, não se pode resolver o problema das mudanças climáticas pensando na alternativa energética. Tem que ter fontes alternativas também, mas o efeito é muito maior se o investimento for a eficiência no uso das fontes primárias. Eficiência presume mudança do modelo de vida”.

Quando aborda o modelo adotado pelo estado natal, contudo, Gabrielli muda o tom e assume que é necessário o investimento em fontes alternativas. “A Bahia tem uma matriz energética muito suja. Hoje, temos 10% de nossa energia que vem de lenha. Lenha. É necessário se intervir nessa questão aqui. É diferente da matriz energética brasileira, que tem 46% de fontes renováveis. Lenha é fonte renovável também, mas é um problema”.

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