Sozinha, a exploração do pré-sal deve emitir 330 milhões de toneladas de poluentes por ano
Foto: PAC 2
Contrariando a tendência mundial em investir em matrizes energéticas limpas, o Brasil mais do que dobrou as emissões de gás carbônico (CO2) do setor nos últimos 20 anos. Os dados são de um levantamento divulgado na quinta-feira, 7 de novembro, pelo Observatório do Clima.
Segundo o relatório, em 1990, o setor de energia era responsável pela emissão de 193,1 milhões de toneladas de gás carbônico. Número que saltou para 436,7 milhões de toneladas de poluentes em 2012.
Emissão de CO2 por setor nos últimos anos: desmatamento despencou
Gráficos e cartazes: Observatório do Clima
De acordo com o secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, a tendência é que a emissão de gases de efeito estufa no setor cresça ainda mais. Um indicativo da projeção de alta é o plano em consulta pública do Ministério de Minas e Energia, que prevê prioridade nos investimentos em combustíveis fósseis nos próximos dez anos.
“Ele indica 72% de investimentos em combustíveis fósseis, em todos os investimentos para a área de energia. Isso é preocupante. A gente viu a celebração do governo pelo leilão do Campo de Libra, o primeiro grande leilão das reservas do pré-sal”, observou Rittl à Agência Brasil.
Perfil
O levantamento constatou uma mudança no perfil das emissões brasileiras de gases de efeito estufa de 1990 a 2012. A energia e a agropecuária estão emitindo quase tanto poluentes quanto o desmatamento – que já chegou a emitir mais da metade do CO2 oriundo do Brasil, mas que continua líder absoluto no ranking com uma fatia de 32% das emissões.
O crescimento das emissões do setor agropecuário deve-se, segundo Rittl, ao aumento do rebanho bovino com práticas pouco eficientes. “Essa nossa pecuária pouco eficiente, com um animal por hectare, com práticas de manejo muito precárias, acaba nos levando a esse aumento significativo de emissões”, ressalta.
Em 1990, o Brasil emitiu 1,39 bilhão de toneladas de gás carbônico, sendo 815,8 milhões por mudanças no uso do solo. Em 2012, foi enviado para a atmosfera 1,48 bilhão de toneladas do poluente, 476,5 milhões ligados ao desmatamento.
Segundo o observatório, o crescimento pode parecer pouco, 7% na elevação das emissões brutas, mas a evolução da geração de poluentes é irregular e chegou a registrar picos de crescimento como os 2,85 bilhões de toneladas verificados em 1995.
O observatório reúne 35 organizações não governamentais e da sociedade civil interessadas nos efeitos das mudanças climáticas.
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