O Grupo de Trabalho da ONU sobre Discriminação Contra Mulheres na Lei e na Prática alertou que os esforços para responsabilidade corporativa estão "ignorando as mulheres".
No relatório entregue ao Conselho de Direitos Humanos, a chefe do grupo, Frances Raday, afirmou que existe uma diferença de gênero muito grande na liderança econômica nacional e global.
Segundo ela, as mulheres são quase invisíveis nos altos cargos de organizações internacionais como o Fundo Monetário Internacional e Organização Mundial do Comércio.
Raday declarou que as mulheres representam apenas 4,8% dos CEOs das 500 principais companhias da lista da revista Forbes. A participação feminina na direção executiva dos Bancos Centrais não chega a 10%.
A especialista disse que "as ações para mudar as áreas de processamento, condições deploráveis de trabalho e expropriação de terras, onde a compensação é restrita aos donos, representam uma base para as violações dos direitos humanos." Ela explicou que na maior parte, os homens são os que recebem as compensações e as maiores vítimas são as mulheres.
Além disso, Raday disse que "os aumentos dramáticos dos recursos e das desigualdades de renda, resultado de políticas econômicas e empresariais, afetam mais duramente as mulheres".
Obrigação
A especialista em Direitos Humanos afirmou que "os países têm a obrigação, de acordo com as leis internacionais de direitos humanos, de evitar a discriminação pelas empresas".
Ela pediu aos governos que assegurem que os princípios de responsabilidade corporativa levem em conta os diferentes interesses e necessidades das mulheres.
Além disso, os Estados devem também "identificar, prevenir e remediar os danos causados às mulheres pelas ações corporativas". Raday quer que os países ponham fim a leis que discriminem contra mulheres, como por exemplo, restringindo sua autonomia, direito à propriedade e liberdade de movimento.
O resultado, segundo a chefe do Grupo de Trabalho da ONU, é a participação igual de mulheres e homens nas atividades econômicas.
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