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Especialista alerta para extremos climáticos em regiões densamente povoadas

"Essa tendência [de desastres climáticos] poderá piorar no futuro, caso não sejam tomadas medidas para a adaptação, pois as projeções mostram uma tendência de aumento nos extremos de chuva em regiões densamente povoadas, como o Estado de São Paulo". A opinião é de José Marengo, pesquisador do Inpe. Evento em São Paulo vai debater o relatório SREX, um dos principais do IPCC.

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06/08/2012 às 14:00 • Atualizada em 03/09/2022 às 9:47 - há XX semanas
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Alterações no clima do planeta têm sido responsáveis por padrões de eventos extremos, segundo o SREX. Imagem:Reprodução

O aumento já observado dos extremos de chuva no Sudeste da América do Sul mostra um forte impacto em sistemas naturais e humanos, em áreas urbanas e rurais. A opinião é de José Marengo, pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Marengo é um dos coordenadores do workshop Gestão dos Riscos dos Extremos Climáticos e Desastres na América Central e na América do Sul – O que podemos aprender com o Relatório Especial do IPCC sobre Extremos, que será realizado nos dias 16 e 17 de agosto, em São Paulo. O evento vai debater o resultado das avaliações feitas pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas a respeito do Relatório Especial sobre Gestão dos Riscos de Extremos Climáticos e Desastres (SREX) nas Américas do Sul e Central.

foto-marengo-t.jpgO evento será realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Inpe, em parceria com o IPCC, o Overseas Development Institute (ODI) e a Climate and Development Knowledge Network (CDKN), ambos do Reino Unido, e apoio da Agência de Clima e Poluição e do Ministério de Relações Exteriores da Noruega.

"Essa tendência [de desastres climáticos] poderá piorar no futuro, caso não sejam tomadas medidas para a adaptação, pois as projeções mostram uma tendência de aumento nos extremos de chuva em regiões densamente povoadas, como o Estado de São Paulo, entre outros”, alertou Marengo à Agência Fapesp. O pesquisador foi um dos cientistas que produziram o documento.

Debate sobre o relatório

O workshop tem por objetivo reunir líderes empresariais, acadêmicos, pesquisadores e organizações da sociedade civil cujas políticas ou programas possam ser afetados por eventos climáticos extremos.

Durante o encontro serão abordadas questões como exposição e vulnerabilidade no contexto do SREX, com observações sobre extremos climáticos, impactos e perdas, opções de gerenciamento de riscos para a melhoria de práticas atuais e futuras.

Essa tendência [de desastres climáticos] poderá piorar no futuro, caso não sejam tomadas medidas para a adaptação"
José Marengo, pesquisador do Inpe

Composto por nove capítulos e quatro anexos, o SREX foi preparado durante dois anos por 220 autores de 62 países, envolvendo os grupos de trabalho I e II do próprio painel do IPCC. Foram recebidos 18.784 comentários de governos, de especialistas e agências internacionais durante as três rodadas de revisão.

De acordo com o IPCC, as alterações no clima do planeta têm sido responsáveis por padrões de eventos extremos, em diversas partes do mundo. As consequências desses eventos poderiam ser reduzidas, pois vulnerabilidades sociais e exposição a riscos também contribuem para seu impacto, embora nem sempre eventos climáticos levem a desastres.

Conteúdo do SREX

O SREX é resultado de um esforço multidisciplinar entre os cientistas que estudam os aspectos físicos das mudanças climáticas e de suas experiências em impactos, adaptação e vulnerabilidade, bem como de peritos em gestão de risco de desastres.

Os dados e informações contidos no relatório permitem que os formuladores de políticas possam aprofundar as discussões, com base nos resultados e no exame do material em que o IPCC baseia suas avaliações. O relatório identifica as lições aprendidas com a vasta experiência no gerenciamento de riscos de desastres, com foco crescente na adaptação para mudanças climáticas.

O relatório destaca períodos prolongados de altas temperaturas e ondas de calor em diversas regiões do mundo. Indica o provável aumento na frequência de eventos de precipitação intensa ou aumento na proporção do total de chuvas intensas em muitas áreas, em especial nas latitudes elevadas e em regiões tropicais, e no aumento do rigor do inverno nas latitudes médias do norte do planeta.

O documento também aponta um aumento na duração e intensidade das secas em algumas regiões do mundo, incluindo o sul da Europa e do Mediterrâneo, Europa Central, América Central e México, além da África Austral e em diferentes áreas da América do Sul, o que inclui o Nordeste brasileiro.

O workshop “Gestão dos Riscos dos Extremos Climáticos e Desastres na América Central e na América do Sul” será realizado no Centro de Convenções Albert Einstein – Auditório Moise Safra, Av. Albert Einstein, 627, São Paulo. A participação no workshop é gratuita.

Mais informações e inscrições no site: www.fapesp.br/ipccsrex

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