icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
SUSTENTABILIDADE

Especialistas defendem que consumidor que gastar mais água pague mais caro

foto autor

23/07/2014 às 9:44 • Atualizada em 01/09/2022 às 15:40 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News

sistemacantareira-ecod.jpg
Uma das represas do Sistema Cantareira: São Paulo passa por maior crise hídrica da história
Foto: Divulgação

Determinar que quem gastar mais, pague mais caro pela água. Essa foi a principal ideia debatida por especialistas na terça-feira, 22 de julho, em reunião realizada na Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília. Na ocasião, eles discutiram a necessidade de adotar medidas para reduzir o consumo de água em São Paulo, por causa da situação crítica do Sistema Cantareira.

O diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, disse que é preciso adotar medidas para preservar um volume no Cantareira que permita chegar ao período de chuvas com alguma segurança. Segundo ele, houve recomendações dos técnicos para a adoção de instrumentos econômicos para reduzir a demanda, como a tarifa progressiva. “Ou seja, quem não reduzir ou quem aumentar o seu consumo teria sua tarifa aumentada significativamente”, lembrou.

O governo de São Paulo já adotou a concessão de um bônus para quem gastar menos água, mas, segundo o diretor da ANA, a avaliação é que esse instrumento pode ser insuficiente. “A combinação desses dois instrumentos, um de premiar a economia e outro de penalizar o aumento do consumo, poderiam provocar uma redução na demanda de água na região metropolitana de São Paulo”, pontuou. Andreu esclareceu, no entanto, que essas medidas só podem ser tomadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e que a ANA não tem competência para fazer recomendações à empresa.

Para o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, o consumidor vai ter que fazer a sua parte, pois a situação é gravíssima. “Não parece que as pessoas entenderam a situação, tem lava rápido funcionando, pessoas jogando água nas calçadas. Temos que reduzir o máximo esse consumo, e as pessoas entendem no bolso. Algo é precioso quando é caro. O ouro é caro, a água terá que ser cara, para as pessoas entenderem”, sugeriu.

O Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de 9 milhões de consumidores atendidos pela Sabesp, em parte da capital paulista e em mais dez municípios. O sistema é alimentado por cinco bacias hidrográficas, entre as quais a do Alto Tietê.

Outra ideia debatida é reduzir ainda mais o volume de água que é retirado do sistema. O volume já foi reduzido de 31 metros cúbicos (m³) por segundo para 19,7 m³ por segundo, e de acordo com Andreu, pode chegar a 14 m³ nos próximos meses, dependendo do volume de chuvas. “A quantidade de água que está chegando no reservatório é muito pequena, e a proposta é que tenha a mesma correspondência, ou seja, uma redução progressiva da retirada de água do Sistema Cantareira”, disse Andreu.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que também participou da reunião, ressaltou que essa é a maior crise já vivida no histórico do Sistema Cantareira. Segundo ela, técnicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação apresentaram dados que mostram que a chegada do fenômeno El Niño ao país não é garantia de chuvas na região. Ela também defendeu que sejam adotadas ações para a redução do consumo, como o aumento da tarifa para quem consumir mais. “O governo de São Paulo terá que trabalhar, de acordo com o cenário de afluência de chuvas e de água, quais são as novas medidas para poder trabalhar a segurança hídrica do reservatório. A situação está se agravando, tem que tomar novas medidas”, alertou.

A hipótese de um racionamento de água em São Paulo, no entanto, não foi recomendada pelos especialistas que participaram da reunião. Segundo Braga, o racionamento atinge principalmente as pessoas mais pobres, porque estão nos locais mais afastados, onde a água não chega. Além disso, há risco de contaminação da água se os dutos ficarem vazios por muito tempo.

A reunião, que foi convocada pela ANA, não teve a participação de representantes do governo de São Paulo. Participaram do encontro pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e representantes de organizações ambientais como SOS Mata Atlântica, WWF e The Nature Conservancy (TNC).

Hoje (22), o volume de água do Sistema Cantareira caiu 0,2 ponto percentual, passando de 17%, registrado na segunda-feira (21), para 16,8% nesta terça. Recentemente, a ANA prorrogou o direito de uso do Sistema Cantareira pela Sabesp para 31 de outubro de 2015.

Com a estiagem e a gradual baixa na capacidade de armazenagem, desde o dia 16 de maio, a Sabesp passou a usar a água da reserva técnica. O Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de 9 milhões de consumidores atendidos pela Sabesp, em parte da capital paulista e em mais dez municípios. O sistema é alimentado por cinco bacias hidrográficas, entre as quais a do Alto Tietê.

(Via Agência Brasil)

EcoDesenvolvimento.org - Tudo Sobre Sustentabilidade em um só Lugar.

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Mais em Sustentabilidade