As orientações sobre dietas precisam ter ligação clara com políticas que sejam implementadas, como padrões de refeições em hospitais e merendas escolares
Foto: FAO/M.Griffin
"Plantas, Pirâmides e Planetas", o novo relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), concluiu que uma dieta baseada em plantas traz vantagens para a saúde e o meio ambiente.
O documento, publicado na quinta-feira, 19 de maio, foi feito em colaboração com a Rede de Pesquisa sobre Alimentação e Clima (FCRN) e a Universidade de Oxford.
O estudo afirma que apenas alguns governos publicaram orientações para promover dietas que podem ajudar a combater dois dos desafios mais urgentes dos dias de hoje: assegurar uma boa nutrição para todos e proteger o meio ambiente.
Segundo a FAO, mais de 80 governos já emitem aconselhamento sobre alimentação e este número está crescendo. No entanto, a maioria ainda precisaria emitir orientações nacionais. Esta lacuna é particularmente visível em países de baixa renda: apenas cinco nações em África têm tais diretrizes. Além disso, a maioria das orientações existentes ainda não considera impactos ambientais das escolhas alimentares.
Brasil
Segundo o documento, apenas quatro países promovem dietas e sistemas alimentares que são não apenas saudáveis, mas também sustentáveis: Brasil, Alemanha, Catar e Suécia. Desde então, Holanda e Reino Unido seguiram o exemplo.
Para a agência, as diretrizes brasileiras destacam-se por enfatizar aspectos sociais e econômicos da sustentabilidade, aconselhando pessoas a serem cautelosas em relação à propaganda, por exemplo.
Outra orientação do Brasil mencionada pela FAO é a de evitar alimentos ultra processados, que não são apenas ruins para saúde, mas também são vistos como prejudiciais para culturas alimentares tradicionais.
Desenvolvimento sustentável
O estudo enfatiza que para terem efeito real sobre o consumo de alimentos, as orientações sobre dietas precisam ter ligação clara com políticas que sejam implementadas, como padrões de refeições em hospitais e merendas escolares.
Outro pontos são regulamentos em relação à propaganda e à indústria.
A sugestão global do relatório é que países que já têm diretrizes dietéticas devem começar um processo para incorporar sustentabilidade a elas.
Já os países que ainda não possuem tais orientações, têm a chance de desenvolver planos integrados desde o início.
A diretora da Divisão de Nutrição e Sistemas Alimentares da FAO, Anna Lartey, destacou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 faz uma ligação clara entre uma nutrição saudável e uma agricultura sustentável.
Para a representante, "é hora das orientações alimentarem refletirem esta relação".
- Conheça o novo relatório da FAO (em inglês) -
(Por Laura Gelbert, da Rádio ONU)
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Redação iBahia
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