Proteção maior é necessária para combater ameaças como o degelo.
Foto: .v1ctor.
É necessário reforçar a gestão ambiental da Antártica e proteger melhor o último grande lugar “deserto” do planeta das atividades humanas. A sugestão consta em um estudo de pesquisadores de diversos países publicado na quinta-feira, 12 de julho, na revista Science. A proteção maior é necessária para combater ameaças como o degelo, aumento do turismo, pesca, poluição e invasão de espécies rasteiras, além de uma potencial exploração de petróleo e gás natural nas áreas ao redor.
O estudo, que teve a participação da Universidade Texas A&M, dos Estados Unidos, afirma ainda que o sistema do Tratado da Antártica, conjunto de acordos internacionais para proteção do continente que reúne 50 países, está sob pressão por conta das mudanças climáticas e dos interesses de governos por recursos naturais.
A Antártica possui 90% da água doce do mundo em estado sólido e é um dos locais fundamentais para pesquisas que ajudarão a compreender como o ser humano pode vencer os desafios existentes hoje na Terra, destacam os cientistas.
De acordo com Mahlon "Chuck" Kennicutt II, oceanógrafo que liderou a pesquisa e presidente do Comitê Científico sobre Pesquisa Antártica (Scar, na sigla em inglês), o Polo Sul serve como “termostato” para o planeta, por ser sensível, assim como o Polo Norte, às oscilações de temperatura, respondendo rapidamente a qualquer alteração no clima.
Elevação do nível do mar
O grupo de cientistas sugere repensar um novo tratado para a Antártica que proíba a exploração de petróleo ou gás, uma vez que ainda não há grande interesse das empresas de energia em investir nesta área – além da ausência de tecnologias para este ambiente.
Além disso, ressalta a importância que a Antártica terá se as calotas polares continuarem a derreter e elevar o nível dos oceanos. Investigação recente publicada na Nature afirma que nos Estados Unidos, por exemplo, o nível do mar poderá aumentar até quatro vezes mais rapidamente do que a média mundial.
Se o aquecimento continuar, o nível do mar nesta parte da costa atlântica poderá aumentar, até 2100, 30 cm, mais que o aumento de 1 m em média em nível mundial calculado pelas projeções científicas.
“São precisos acordos e práticas que respondam a essas ameaças de forma robusta o suficiente para durar os próximos 50 anos. E que eles forneçam uma proteção necessária à Antártica”, explicou Kennicutt, em comunicado divulgado.
Com informações do G1
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