O planejamento urbano pode ter a ver com o aumento dos desastres naturais. Foto: Agência de Notícias do Acre
"O desastre natural não tem nada de natural. É a conjunção do evento natural com a vulnerabilidade e a exposição das populações a situações críticas". A afirmação é de um dos coordenadores do relatório, Vicente Barros, da Universidade de Buenos Aires. O documento apontou que, entre 2004 e 2010 os gastos governamentais destinados a reconstrução de estruturas afetadas por eventos naturais evoluíram de US$ 65 milhões para mais de US$1 bilhão (aumento de mais de 15 vezes).
O documento, nomeado de Relatório Especial sobre Gestão de Riscos de Extremos Climáticos e Desastres (SREX), do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), foi divulgado dia 16 de agosto e chegou a conclusão de que para evitar os desastres naturais, os cuidados vão além de lidar com o clima.
Segundo Barros, desde 1950 as mudanças no clima podem ser percebidas claramente por meio dos dias quentes e chuvas extremas. Para ele, há expectativa de que essas situações ocorram com mais frequências devido ao aquecimento global.
Apesar dessas conclusões de Barros, não é possível afirmar com certeza que o aumento dos eventos naturais seja resultado apenas das mudanças climáticas. O climatologista Carlos Nobre, co-autor do trabalho, por exemplo, considerou, como fator determinante para os desastres, o problema de planejamento urbano.
Os pesquisadores alertaram a necessidade de ações do governos e a realização de estudos regionais que indiquem o que pode acontecer, sobretudo na Amazônia.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
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