O Brasil necessita investir mais em eficiência energética, principalmente em políticas públicas. A constatação é de dois relatórios recentes, um divulgado na última semana pelo Conselho Americano para uma Economia de Eficácia Energética (ACEEE) e o outro lançado em maio pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS).
O relatório da ACEEE estabeleceu um ranking de eficiência energética entre as 12 potências econômicas mundiais. No ranking geral, o Brasil ficou com o 10º lugar, ganhando apenas do Canadá e Rússia, e é o último quando o assunto são as políticas governamentais (fiscalização, pesquisa e gastos públicos) para o setor.
Luiz Augusto Nogueira, em seu relatório “Opções Tecnológicas em Energia”, destacou que, embora haja políticas destinadas ao uso racional do recurso, como o Procel (Programa Nacional de Conservação de energia Elétrica) e a Lei de Eficiência Energética (número 10.295/01), o panorama brasileiro da eficiência energética deixa a desejar.
“É um tema de reduzida prioridade na agenda governamental brasileira e praticamente não têm sido realizadas ações significativas para formar uma cultura de uso racional de energia pela população”, afirmou. Somente no setor industrial, a conservação da energia tem o potencial de redução desperdiçado de 55 Gigawhatts.
Em entrevista ao portal EcoD, o organizador da Coleção "Diretrizes da Economia Verde", do qual o estudo faz parte, Walfredo Schindler, ressaltou que somente com a modernização das antigas centrais hidrelétricas a geração de energia extra equivaleria a quase uma Belo Monte.
Pelo Mundo
Fora do Brasil, o cenário não muda muito. Em um mundo com a demanda em expansão, os resultados do relatório da ACEEE demonstram o quanto ainda pode ser economizado somente com a eficiência energética. "Nossos resultados mostram que, inclusive, quando há países que estão fazendo mais coisas que outros, ainda resta uma ampla margem de melhoria em cada um deles”, aponta o documento.
No topo do ranking da ACEEE estão o Reino Unido, a Alemanha e a Itália. O país germânico lidera a lista dos países que mais adotam políticas públicas de incentivo ao setor, seguido do Japão e da Austrália. Já os britânicos se distinguem pela eficácia energética de sua indústria, enquanto que a China é mais energicamente eficiente nas construções. Já a liderança do setor de transporte é compartilhada pelos chineses, italianos, alemães e britânicos.
Os autores do relatório ainda chamaram a atenção para a amarga nona posição dos Estados Unidos, cuja “ineficácia energética se traduz em um enorme gasto de energia, recursos e de dinheiro".
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