Estádio Governador Plácio Castelo, em Fortaleza/Fotos: Divulgação
A contagem regressiva para a Copa do Mundo de 2014 já começou, como também a correria nas obras dos 12 estádios que sediarão o maior evento esportivo do planeta. Mas, além de prazos, outra cobrança rodeia as empresas responsáveis pelas construções e reformas das arenas - as iniciativas sustentáveis.
A mais nova exigência do Caderno de Encargos da Fifa é que todos os locais de jogos devem possuir certificado internacional que ateste que suas obras foram realizadas em alinhamento com os princípios da construção sustentável. A ideia é que os estádios sejam os mais “verdes” de todos os mundiais.
Para conseguir a certificação, todas as arenas esportivas estão realizando ações de construção sustentável que vão desde a transformação do entulho de demolição em material reaproveitável, até o uso racional de água.
O EcoD selecionou as principais iniciativas e como anda cada arena no processo de implantação.
Inovações em projetos
Estádio Mané Garrincha, em Brasília
Para os arquitetos envolvidos nos projetos dos estádios, a Copa não trará ao Brasil apenas o maior evento esportivo do mundo, mas também uma oportunidade de inserir inovações tecnológicas à arquitetura e engenharia esportiva do país.
O estádio de Mané Garrincha, em Brasília, é um exemplo. A estrutura da cobertura foi concebida para ser um dos elementos mais marcante do projeto. Além de servir para proteger os espectadores, ela foi revestida de dióxido de titânio que, em contato com a água da chuva, libera oxigênio na atmosfera.
Arena Beira Rio, no Rio Grande do Sul
Já na Arena Beira Rio, no Rio Grande do Sul, e na Fonte Nova, na Bahia, o teto será de membrana de politetrafluoretileno (PTFE), um material com maior durabilidade, que absorve menos calor e utiliza o mínimo de água possível na limpeza.
A Arena da Baixada, em Curitiba, também investiu no exterior do edifício, que foi revestido com policarbonato, no intuito de melhorar a climatização dos espaços internos. Segundo os responsáveis pelo projeto, a ideia gera uma economia de 30% no sistema de ar-condicionado em relação aos modelos convencionais.
Arena da Baixada, em Curitiba
Para amenizar o calor da Arena Pantanal, serão adotadas várias estruturas especiais, entre elas, as paredes que serão pintadas com tintas livres de componentes orgânicos voláteis e toda cerâmica ou porcelanato usados terão algum grau de material reciclado em sua composição.
Materiais e recursos
Reaproveitamento de sobras de concreto, Arena Amazônia
No quesito destinação de materiais de construção, todos os estádios sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2014, estão tratando de forma sustentável. As sobras dos materiais das obras que, normalmente, encheriam os aterros, passaram a ser reaproveitados.
O Estádio Governador Magalhães, o Mineirão, por exemplo, doou todos os entulhos provenientes da construção para várias instituições. Já a Fonte Nova, além de reaproveitar a terra em vários projetos sociais, reutilizou o concreto britado para fazer os caminhos de acesso ao estádio, assim como a Arena Amazônia que nivelou as vias de acessos internas das obras, com a sobra do material.
Central de resíduos na Arena Amazônia
A reutilização de papel reciclado, do fardamento dos colaboradores da obra na confecção de acessórios diversos e a reciclagem de óleo proveniente dos refeitórios e da manutenção de máquinas e equipamentos, fazem parte das iniciativas tomada pela Fonte Nova, visando boas práticas de sustentabilidade.
A coleta seletiva está presente na obra de todos os estádios, bem como a utilização de materiais regionais e de madeira certificada.
Uso racional de água
Sistema de captação de água da chuva na Arena Beira Rio
Todas as arenas da Copa visam o uso racional da água por meio de iniciativas que objetivam reduzir o seu consumo e estimular a adoção de novas atitudes e comportamentos.
As 12 sedes terão reservatórios de água de chuva, que serão utilizadas nas descargas dos sanitários, irrigação do gramado e jardins, limpeza das áreas externas, entre outros.
Gestão de água na Arena Amazônia
Estádios como o Castelão, em Fortaleza, também utilizarão esgoto a vácuo nas bacias sanitárias. A medida trará uma redução de 90% do consumo de água em locais como os sensores de presença nos mictórios, com economia de 89%.
O uso de metais e louças de baixo consumo está sendo implantado em todos os estádios.
Controle dos impactos na construção
Tanque de lavagem de pneus
As obras vêm implementando uma série de ações ambientais que contribuem para o atendimento de pré-requisitos necessários para os estádios conseguirem a certificação exigida pela Fifa, como por exemplo: tanque de decantação da lavagem dos pneus de caminhões, kit de mitigação da contaminação do solo, monitoramento dos corpos hídricos (córregos e rios) e tratamento de efluentes (sanitários).
A Arena Beira Rio, além de atender todos os pré-requisitos citados, também está preocupada com a contaminação do ar, daí a ideia de criar um estacionamento exclusivo para veículos menos poluentes.
Monitoramento de água
Minas Gerais vai além e quer ser referência como sede da Copa na redução de emissão de gases de efeito estufa. Já foi dado o primeiro passo para a elaboração de um inventário com todas as ações que emitem esses gases. De acordo com os responsáveis pela obra, essa é a primeira providência para estabelecer em seguida ações de compensação.
Também preocupado com a qualidade do ar nas instalações, o Castelão, em Fortaleza e o Mineirão, em Belo Horizonte, investiram no controle da fumaça do tabaco.
Controle de fumaça do tabaco no Mineirão
Nas obras da Arena Pernambuco já foram adotadas medidas que visam redução de impactos. O canteiro conta com uma estação de tratamento de esgoto própria.
No estádio de Brasília foi criada a baia de contenção para produtos químicos, assim como na Arena Pantanal onde os produtos perigosos são armazenados conforme normativa, em local impermeável, protegido da intempérie e com ventilação.
Produtos químicos armazenados conforme normativa
A utilização de matérias de baixa emissão como, adesivos, selantes, tintas, carpetes, madeiras compostas e agrofibras, é vista em todas as sedes da Copa. Caminhões lonados para evitar sujeira na vizinhança e o carreamento de particulados, também.
Caminhões lonados para evitar carreamento de particulados
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