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Levantamento revela que 97% das empresas carecem de metas para gestão da água

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19/11/2013 às 16:47 • Atualizada em 02/09/2022 às 1:05 - há XX semanas
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Estudo analisa empresas como BP, Bayer, Lockheed Martin, General Motors, Nestlé, Walmart e Unilever
Imagem: Reprodução

Uma abordagem equivocada de gestão de riscos relacionados com a água tornou-se comum nas maiores empresas globais do mundo. O foco corporativo é direcionado com frequência somente à redução do uso de água, que é uma resposta inadequada a riscos cada vez mais imediatos e substantivos relacionados ao recurso, o que ameaça o valor ao acionista e demais partes interessadas. As conclusões constam no Global Water Report 2013 (Relatório Global de Água 2013), apresentado recentemente a empresas e investidores de todo o mundo pela organização internacional CDP.

Segundo o levantamento, a gestão adequada é a solução para alcançar a segurança da água, uma das questões mais urgentes que o mundo enfrenta hoje. No entanto, uma mudança significativa será necessária para que a gestão possa ser alcançada. Este novo relatório, desenvolvido em parceria com a Deloitte, baseia-se em dados fornecidos ao CDP por 180 empresas listadas na FTSE Global 500 Equity Index, a pedido de 530 investidores que representam US$ 57 trilhões de dólares.

Para estas corporações - que mitigam os riscos de água nas suas cadeias de suprimentos, engajando programas de ações coletivas e trazendo para si a responsabilidade por externalidades como acesso à água limpa, saneamento básico e higiene - a liderança está na mira, se é que já não foi alcançada”
Will Sarni, diretor da Deloitte

O estudo analisa empresas como BP, Bayer, Lockheed Martin, General Motors, Nestlé, Walmart e Unilever. Estas organizações usam o programa de água do CDP para reduzir os riscos e aproveitar as oportunidades relacionadas com o recurso. As principais conclusões do relatório, este ano intitulado A need for a step change in water risk management, são:

  • A água apresenta um risco substancial, ameaçando a rentabilidade e a segurança dos acionistas, principalmente nos setores de energia, materiais e bens de consumo. Cada empresa na amostra enfrenta uma média de sete riscos relacionados com a água, com três quartos (70%) afirmando que a água apresenta risco substancial para os seus negócios. Metade já experimentou impactos negativos em seus negócios nos últimos cinco anos.
  • Riscos relacionados à água são cada vez mais imediatos. A porcentagem de riscos que as empresas esperam impactar em seu negócio dentro de cinco anos (64%) aumentou em 16% no espaço de um ano e que a maioria dos riscos identificados em operações diretas (65%) e cadeias de fornecimento (62%) serão em curto prazo. O risco relacionado à água no curto prazo mais amplamente identificado é o estresse hídrico ou escassez, seguido por enchentes e aumento dos custos de conformidade. O declínio da qualidade da água e seus preços mais elevados, além de danos à reputação estão entre os outros riscos relatados, que podem impactar as empresas no prazo de cinco anos.
  • Empresas acreditam erroneamente que o uso da água é o principal risco. Dois terços das empresas (63%) reportam as metas do relatório para suas operações diretas que, em grande parte, se relacionam com redução do uso de água ou aumento da reutilização. Embora mais da metade (52%) das matérias-primas ou negócios provenha de regiões de riscos de água, menos de dois quintos (37%) solicitam aos principais fornecedores que meçam e gerenciem os riscos relacionados à água.
  • Outro dado preocupante é que um quarto (23%) das empresas não sabe se a água apresenta risco para suas cadeias de suprimentos. Esta visão de curto prazo é equivocada e fica aquém da resposta necessária para a ampla gama de riscos que enfrentam estas companhias.
  • O baixo nível de planejamento estratégico ou ambição corporativa sobre os principais indicadores de manejo de água aumenta o nível de risco. Apesar do crescente reconhecimento de que os riscos de água não podem ser tratados de forma isolada, apenas 6% das empresas têm metas ou objetivos para o envolvimento da comunidade, 4% para suas cadeias de fornecimento, 3% para a gestão da água e 1% de transparência. Nem uma única empresa relata metas de políticas públicas e 15% das empresas não conseguem atender às normas de descarte de água.

“Apesar de todos verem grandes progressos na capacidade das empresas para identificar os riscos relacionados com a água, a abordagem para o gerenciamento desses riscos é equivocada. Se as empresas estão se tornando verdadeiramente resistentes às ameaças crescentes que a água representa, elas devem se esforçar para a questão da gestão", afirmou Cate Lamb, que integra o programa de água do CDP.

"Por outro lado, um aumento anual de 60% em empresas que utilizam nosso programa de água é promissor. Os resultados que publicamos em outubro vai proporcionar uma visão incomparável para os investidores com o objetivo de destacar uma posição de liderança, educando as empresas de seus portfólios sobre esta questão”, completa.

Para Will Sarni, diretor e líder na empresa de consultoria Deloitte LLP, enquanto a gestão de água se materializa e muitas empresas se encontram ainda no começo desta jornada, algumas companhias já estarão deixando de gerenciar os riscos de água somente dentro de suas operações diretas para avaliá-los e, em alguns casos, para mitigá-los em suas cadeias de fornecedores. "Para estas corporações - que mitigam os riscos de água nas suas cadeias de suprimentos, engajando programas de ações coletivas e trazendo para si a responsabilidade por externalidades como acesso à água limpa, saneamento básico e higiene - a liderança está na mira, se é que já não foi alcançada”, ressalta.

- Conheça o relatório na íntegra em PDF (em inglês) -

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