De acordo com a pesquisa, 15% das empresas fazem avaliação dos impactos que as ações têm sobre os custos e 20% medem esses impactos na competitividade/Foto: s_falkow
A inserção da sustentabilidade no planejamento estratégico é uma necessidade para 69% das empresas, segundo estudo feito com 250 organizações, de todos os portes, divulgado na terça-feira, 12 de junho, durante a Conferência Internacional Ethos, realizada em São Paulo. Outras 65% disseram que inovação e reposicionamento no mercado estão entre os principais objetivos quando incluída a sustentabilidade.
De acordo com a pesquisa, 15% das empresas fazem avaliação dos impactos que as ações têm sobre os custos e 20% medem esses impactos na competitividade. Outras 68% desenvolvem algum tipo de relacionamento com os grupos de interesse de seu setor. Desses, 23% desenvolvem esse processo de maneira contínua, seja fazendo parcerias, discutindo novos produtos ou focando um processo mais efetivo de engajamento.
Quando avaliada a governança, a pesquisa indicou que 14% das empresas pesquisadas promoveram inovação nessa área depois de implantados programas de sustentabilidade. Em 36% das empresas, foram criados sistemas integrados de gestão para coordenar as ações de sustentabilidade em todas as áreas. Entre as entrevistadas, 60% criaram comitês para alinhar as áreas de negócios com as de sustentabilidade.
Segundo um dos responsáveis pela pesquisa, Reginaldo Sales, com os dados, a UniEthos, braço do Instituto Ethos que presta consultoria para as empresas, quer entender qual a situação atual dessas companhias e os principais avanços e desafios na área de sustentabilidade. “O avanço foi significativo, sobretudo, no que se refere à estratégia, ou seja, ações de sustentabilidade conectadas aos negócios. Independentemente do tamanho das empresas. No Brasil, as empresas seguem a tendência das internacionais”, observou à Agência Brasil.
Tendência sustentável
Sales observou que a principal orientação das empresas que adotam programas de sustentabilidade é o reposicionamento no mercado com novos produtos e negócios, ao mesmo tempo em que procuram entender quais são os interesses da sociedade, porque querem atender à demanda dos consumidores.
“Essa é uma estratégia de diferenciação para reduzir custo e criar processos mais eficientes. A empresa coloca produtos com uma característica diferenciada no mercado. Há um grande número de empresas indo nessa tendência e isso é importante porque, se há um grande número de empresas agindo assim, isso ajuda na competitividade do país”.
Sales ressaltou ainda que, apesar de aqueles que avaliam seus resultados ainda serem poucos, esse é um dado relevante devido às dificuldades para fazer esse tipo de avaliação. “Muitas querem fazer e não podem, porque ainda não há uma padronização ou uma metodologia. Mas essa é uma tendência importante para o futuro e gestão das empresas”.
Apesar de ressaltar os avanços, Sales enfatizou que, entre os pontos que precisam ser melhorados, está o relacionamento com os grupos de interesses para que eles façam parte, de fato, do processo de inovação. Outras questões abordadas por ele são a visão e os mecanismos voltados para o curto prazo dessas empresas. “As empresas estão focadas em obter metas a curto prazo e é preciso combinar com o longo prazo também”, observou. Ele citou ainda a necessidade de uma metodologia padronizada para avaliar os resultados e seus impactos.
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