Um líder precisa ser “versátil”, “dedicado” e estar pronto para “atender chamados”. É o que acredita o diretor de Gestão Corporativa de Pessoas e Relações Trabalhistas no Itaú Unibanco, Marcelo Orticelli, 49 anos, um dos convidados a participar do Laboratório by Itaú.
Graduado em Administração de Empresas pela PUC-SP e colaborador do banco desde 1988, onde começou trabalhando na área de Orçamentos e Finanças, Orticelli preparou uma série de dicas sobre liderança e as principais características que diferenciam um líder de outros profissionais no mercado de trabalho.
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O que difere um ‘líder’ de outros profissionais?
Acredito que o líder precisa estar pronto para atender a qualquer tipo de chamado. Ele precisa estar disponível, pronto para executar seu papel de maneira dinâmica — seja no campo das ideias e do planejamento como na execução. Pessoas como Martin Luther King ou Mahatma Gandhi, capazes de desafiar, de influenciar e criar uma nova corrente de pensamento. Profissionais capazes de provocar mudanças, de causar um tipo de transformação na sociedade.
O líder é aquele profissional que mesmo organizado, capaz de planejar a própria carreira — indo de um ponto ‘A’ ao ponto ‘B’ -, precisa estar pronto para o inesperado, para a transformação. Uma terapeuta me dizia que você precisa deixar espaço para a vida entrar em você. Tem gente que planeja tudo, mas não dá espaço para a novidade.
Como líder, quais foram seus maiores desafios profissionais?
Quando eu assumo um novo desafio eu sempre me pergunto: “o que eu quero desenvolver nessa área?”. Partindo desse ponto eu começo a pensar em cada membro da equipe, qual é o papel de cada um e como ele pode contribuir. O desafio está em como você pode organizar essas peças, como você reforça o papel de cada integrante da equipe.
No fundo é tentar mostrar ao funcionário qual é a importância dele dentro da empresa. Feito isso, todas as atividades que você desenvolve, mesmo as mais complexas, as mais burocráticas e “chatas”, ganham um propósito.
Você falou sobre o papel de cada profissional. Na hora de montar uma equipe, quais são os principais critérios que você leva em consideração?
A primeira coisa que eu procuro enxergar em uma pessoa são seus valores. Se existe um alinhamento com aquilo que estamos construindo. Não é a condição técnica da pessoa. Você pode não entender nada da área em que você foi colocado, mas se você compartilha dos mesmos valores e demonstra ser uma pessoa disponível, interessada, assim é muito mais fácil ensinar a técnica. Mais do que executar uma tarefa, o profissional precisa agregar valor, trazer um componente extra.
Claro que a capacidade intelectual conta bastante. Entender de cultura de forma ampla também é muito importante. Muitas vezes a pessoa é extremamente intelectual em um assunto específico, mas não sabe como desenvolver isso. Mais do que entender sobre a própria área, o profissional deve estar pronto para conversar sobre qualquer assunto.
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Este texto foi publicado originalmente em www.medium.com/itau
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