Defronte a praça Castro Alves, inauguração do sistema despertou a curiosidade de quem passava pela avenida Sete de Setembro, no centro de Salvador
Foto: Max Waak
Em plena chegada da primavera e também para marcar o Dia Mundial sem Carro, Salvador inaugura no domingo, 22 de setembro, o Sistema Público de Bicicletas Compartilhadas, por meio do Movimento Salvador Vai de Bike, que busca incentivar o uso das bikes na capital baiana, impactar positivamente a mobilidade urbana e disseminar uma cultura de sustentabilidade entre os soteropolitanos.
Salvador é a quinta capital do país a implantar o projeto, além de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. A iniciativa da prefeitura em parceria com a empresa pernambucana Serttel e o banco Itaú faz possibilita que o usuário arque com um credenciamento anual no valor de R$ 10 (menos de R$ 0,80 mensais) para utilizar das bicicletas públicas. O credenciamento já pode ser feito através do site do programa.
"Primeiro, realizamos um mapeamento da cidade e escolhemos 40 locais onde poderiam ser instalados os pontos de compartilhamento, cada um com 10 unidades de bikes", explicou o secretário do Escritório Municipal da Copa do Mundo da Fifa (Ecopa), Isaac Edington, principal incentivador da ideia. Quanto ao descrédito de algumas pessoas sobre o sistema em relação a preservação dos equipamentos e questões de segurança pública, o gestor do Ecopa lembrou que o programa deu certo em todas as cidades em que foi implantado. E que em Salvador não será diferente.
O sistema consiste na instalação de estações "inteligentes" em locais estratégicos, conectadas a uma central de operações via wireless alimentadas por energia solar . "Desde a Cidade Baixa até Itapuã, planejamos dez iniciativas, entre ciclovias e ciclofaixas, para formar uma malha cicloviária. Agora, investiremos em educação e incentivo para criar essa cultura, do uso de bicicletas como alternativa ao transporte", completou o secretário, ao lembrar que a primeira ciclofaixa ligará o bairro do Campo Grande ao Centro.
"Nova cultura"
"Vamos inserir uma nova cultura na cidade, uma mudança de paradigma tanto para o lazer quanto para o transporte", ressaltou o prefeito de Salvador, ACM Neto. Segundo ele, o segundo circuito a ser instalado é o da orla (Barra-Ondina). "Haverá divisão da pista para garantir o espaço dos ciclistas", garantiu o gestor, que projeta no programa um dos legados para a Copa do Mundo de 2014 - a capital da Bahia é uma das 12 sedes.
"É um sistema 100% nacional e sustentável, alimentado por energia solar. O ideal é o deslocamento curto dos ciclistas, até três quilômetros, para que o usuário possa retirar outras bicicletas em novas estações", pontuou o diretor da Serttel, Ângelo Leal, que trouxe o projeto de compartilhamento de bikes para o Brasil após ter se encantado com a experiência de cidades europeias, como a capital francesa Paris.
Cicloativistas opinam
Dois cicloativistas estiveram presentes na inauguração do sistema de compartilhamento de bicicletas, no centro de Salvador. A paulista Renata Falzoni, que tem 60 anos de idade (55 dedicados a bicicleta), defendeu que as ciclofaixas são "as sementes de tudo" e lembrou que Salvador encontra-se "atordoada por tantos carros". Na opinião dela, as autoridades que inauguraram o programa demonstraram conhecimento sobre a necessidade de ver as bikes como solução para as cidades, em vez de um problema. "Vou torcer para que dê certo na prática. Com vontade política vai. Sou otimista."
Para o carioca Rodrigo Vitório, que utiliza o sistema no Rio de Janeiro, o compartilhamento "vicia". "Há um efeito colateral, por que quem conhece a bicicleta pública fica querendo comprar a sua também, porque ocorre às vezes de não ter ciclovia ou ciclofaixa no bairro em que mora", lembrou. Segundo ele, o maior problema do programa na capital fluminense é a demanda, pois as 600 bikes distribuídas por 60 estações já são insuficientes para atender aos usuários. "Cerca de 80% estão em uso durante o dia", exemplificou o cicloativista, para quem vivemos hoje um "apocalipse motorizado".
Como funciona
- 1° Passo: O usuário precisa se cadastrar no sistema pela internet, no site www.bikesalvador.com. No cadastramento, será necessário efetuar o pagamento da anuidade, com valor R$10, através de cartão de crédito, sem a cobrança de tarifas diárias ou mensais. Depois, será possível utilizar o serviço ao longo de 12 meses.
- 2° Passo: Para destravar a bicicleta, o usuário poderá ligar para o número 4062 7024, ou utilizar o aplicativo do Bike Salvador para smartphones, informando o número de identificação da estação e da bicicleta que deseja retirar. Em breve, será disponibilizada a destrava através do Salvador Card.
- As bicicletas vão estar à disposição dos usuários durante todos os dias da semana, das 6 às 22h. De segunda a sábado, será possível usar a bicicleta por até 45 minutos ininterruptos sem custos. Depois, será necessário devolver a bike em qualquer uma das estações da cidade.
- Se quiser pedalar por mais tempo, o usuário deverá esperar um intervalo de 15 minutos para utilizar outra bicicleta, procedimento que pode ser repetido de forma ilimitada. Caso a bicicleta seja utilizada por mais de 45 minutos ininterruptos, será cobrado o valor de R$5 por cada 30 minutos seguintes.
- Já nas ciclofaixas, que vão funcionar aos domingos e feriados, os soteropolitanos vão poder usar cada bicicleta por até 90 minutos ininterruptos, sem cobrança extra. Para ter direito a utilizá-la por ainda mais tempo, o ciclista deve respeitar a regra dos 15 minutos, senão será cobrada a taxa de R$5 para cada 30 minutos seguintes.
É possível obter mais informações e esclarecer dúvidas através da Central de Informações do Bike Salvador, pelo telefone 4062-8077, que funciona diariamente, das 6 às 22h.
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