Uruguai planeja usar a força de seus ventos para deixar de importar energia
Foto: Zetps
Dono de um Fusca e doador de 90% do seu salário à caridade, o presidente uruguaio José Mujica está deixando o mundo boquiaberto ao tentar estabelecer o casamento gay, legalizar o aborto e a maconha e ainda querer instituir a venda governamental desta última. Para além das revoluções sociais, o ex-guerrilheiro pretende abalar outro modelo enraizado em seu país: o da energia suja.
O Uruguai, assim quer Mujica, deve se tornar um exemplo em energia limpa no mundo, com mais de 90% da matriz energética composta por renováveis já em 2015. Sendo, desse total, 45% composto por hidroeletricidade, 30% por eólicas e 15% por biomassa. A meta do velho Pepe é alcançar um terço da geração através da energia eólica, ultrapassando a Dinamarca, que detém 26%, como o país com a maior participação dos ventos na produção de energia.
O objetivo não é fácil: ainda será necessário aumentar a capacidade eólica dos atuais 50MW para mais de 1GW nos próximos dois anos e gastar em torno de US$ 7 bilhões em melhorias na infraestrutura energética. O bom é que o governo está realmente disposto, uma vez que já há mais de 20 fazendas eólicas em construção no país.
A Nicarágua vai utilizar a energia que é expelida do centro da terra para ser autossustentável energeticamente
Foto: javier.losa
Quente
Mas, pelos lados da América Latina, não foi só Uruguai que estabeleceu metas ambiciosas para limpar sua matriz energética. Com grande dependência do petróleo importado, a Nicarágua quer assinar a carta de alforria até 2017: o Plano Nacional de Desenvolvimento do país estabelece que, daqui até lá, 94% da eletricidade seja oriunda de fontes renováveis. O país da América Central atualmente possui uma pequena parcela da geração através de hidrelétricas e da energia geotérmica.
O meio para atingir tal meta tem nome e sobrenome: projeto São Jacinto. Trata-se de uma usina geotérmica de quase 10 mil hectares com capacidade de geração de 72 MW de energia. São Jacinto, que deverá ser um dos mais produtivos reservatórios vulcânico da América Latina, deverá arcar sozinho com 17% da demanda por energia elétrica do país.
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