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ONGs lançam campanha para alertar sobre crise hídrica no Rio de Janeiro

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25/01/2016 às 9:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 0:47 - há XX semanas
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Rio de Janeiro vive uma crise hídrica similar à de São Paulo, segundo o Greenpeace
Fotos: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Voluntários do Greenpeace e da rede Meu Rio lançaram no domingo, 24 de janeiro, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, a campanha Rio Maravilha Sem Água. A iniciativa visa informar os cariocas sobre a situação de crise hídrica que está ocorrendo nos reservatórios do estado.

Segundo a coordenadora da campanha de água do Greenpeace, Fabiana Alves, a ideia é pedir que as pessoas se juntem aos voluntários para exigir do governo do estado maior transparência nas informações sobre o abastecimento de água e os recursos hídricos existentes.

De acordo com o Greenpeace, o Rio de Janeiro vive uma crise hídrica similar à de São Paulo, mas quase nada é comentado sobre o assunto. O maior reservatório, o Paraibuna, está há mais de um ano com o volume útil abaixo de 20%, além de ter chegado ao volume morto em janeiro de 2015. Os mananciais da bacia do Rio Paraíba do Sul também estão destruídos e contam apenas com cerca de 13% da floresta original, alerta a ONG.

Desperdício de água tratada chega a 30% no Rio; em Nova York é de 10%

Fabiana disse que a campanha pretende também mostrar à população que a água não vem da torneira. “Tem todo um ciclo da água e uma preocupação ambiental por trás disso. É preciso que as pessoas tenham consciência para que façam uso racional da água. A campanha, ainda de acordo com Fabiana, é um evento de “empoderamento das pessoas” e mostra que qualquer um consegue fazer alguma coisa e pedir pelo que acredita e considera justo.

Problema iminente
Para o coordenador da rede Meu Rio, Rafael Rezende, a crise hídrica é um problema iminente no Rio de Janeiro. “E mesmo que a gente tenha passado dez dias com chuva, isso não significa que a situação melhorou”. Rezende disse que a gestão dos recursos hídricos é muito nebulosa e os governos não têm um plano para a eventualidade de faltar água para a população. "A campanha visa despertar a consciência das pessoas para o fato de que o Rio de Janeiro, apesar de ter lagoas, praias, cachoeiras, tem um problema real com o abastecimento de água, que pode se agravar em 2016”.

Quem quiser se juntar à ação, pode entrar no endereço www.riomaravilhasemagua.com.br.

A moradora do Rio de Janeiro Márcia Barbedo aderiu à campanha. Segundo ela, as pessoas não têm consciência da real situação que ocorre não só no Rio de Janeiro, mas no mundo, em relação ao clima. “As pessoas vivem desmatando e não têm consciência do que isso vai acarretar no futuro para os nossos filhos, os nossos netos”.

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Moradora do Méier, zona norte da cidade, Cláudia Gama achou a campanha “muito legal”. Ela disse que as pessoas têm que ter uma conscientização melhor, inclusive sobre o uso da água, “para a gente não ter tanto desperdício, como se vê pelas ruas, para a gente poder se preservar e preservar o meio ambiente, para ter alguma coisa no futuro, principalmente para as gerações futuras”.

Risco de desabastecimento
Outro que se engajou na campanha foi o sociólogo e vereador Renato Cinco (PSol). Para ele, a campanha vem de encontro às preocupações da Comissão Especial sobre o Colapso Hídrico, criada na Câmara dos Vereadores do Rio no ano passado, e que organizou seminário internacional sobre o tema. Ele disse que ao olhar o nível dos reservatórios que abastecem o estado, percebeu que havia um risco de desabastecimento, que poderia se revelar tão crítico como ocorreu em São Paulo.

Para Renato Cinco, o tema é complexo e precisa ser pensado em uma escala mundial, ligada ao aquecimento global, que interfere no regime de chuvas, e também nos aspectos nacional e local, onde o desperdício de água tratada chega a 30%, de acordo com dados da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), contra 10% em Nova York.

“A gente fica muito preocupado porque a população, até agora, está prestando pouca atenção à questão. E a maior parte da atuação governamental se restringe a tentar convencer a população a fazer pequenas economias”. O sociólogo acredita que a população precisa acordar para além de fazer o seu papel individual. “Precisa despertar para pensar o modelo de civilização que a gente criou e o quanto ele está chegando ao limite em várias frentes”. A questão da água é uma dessas frentes, apontou.

(Por Alana Gandra, da Agência Brasil)

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