Feira do Empreendedor terá 315 eventos em cinco dias, na capital baiana
Foto: Divulgação
As discussões sobre sustentabilidade também tiveram papel de destaque na terça-feira, 22 de outubro, primeiro dia da Feira do Empreendedor, realizada pelo Sebrae em Salvador. Com sua capacidade lotada, o que reflete o interesse do público pelo tema, a sala 05 recebeu as palestras Sustentabilidade: um planeta de oportunidades e Marketing e Logística Reversa, ministradas pelos consultores Cláusio Cedraz e Heitor Marback, respectivamente.
Cláusio Cedraz, que presta consultoria a micro e pequenas empresas, observou que a sustentabilidade é um novo mercado que se abre aos potenciais empreendedores e lembrou que há um grande leque de pessoas dispostas a pagar mais por produtos responsáveis em nível ambiental e social. Para embasar seu argumento, o palestrante citou um estudo do Instituto Akatu e do Instituto Ethos, segundo o qual o comportamento das empresas impacta, cada vez mais, na decisão de compra dos consumidores.
"As empresas já sabem que a sustentabilidade é um bom negócio, uma tendência de mercado que rima com competitividade. Se você não fizer, seu concorrente vai fazer", destacou Cedraz. Segundo ele, no entanto, o grande desafio é tornar os produtos e serviços ambientalmente corretos mais acessíveis ao poder aquisitivo das pessoas. "Quem não gostaria de comprar alimentos orgânicos em vez dos tradicionais, que costumam ter agrotóxicos? Eles são mais caros por causa do valor agregado, no caso, a saúde", observou.
Cedraz enfatizou que o ideal é aliar sustentabilidade a um preço que o maior número de pessoas possível possa pagar. Para conseguir esse objetivo, ele sugeriu que os empreendedores consultem instituições como o Sebrae para aplicar boas práticas na gestão e indicou o livro O que pensam as micro e pequenas empresas sobre sustentabilidade. Já para quem pensa em abrir o primeiro negócio, o especialista aponta que é importante pensar, desde já, em como ter um diferencial competitivo nessa área.
Marketing verde
Já Heitor Marback, que é professor do Senai-Cimatec e desenvolve atualmente uma pesquisa sobre marketing, logística reversa e branding, destacou as oportunidades de negócio que as empresas têm com o desenvolvimento da logística reversa, um dos principais pontos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada há três anos.
Segundo o mestre em Administração de Empresas, marketing no século 21 é construir e manter relacionamentos. "As pessoas formam percepções. Elas não compram produtos. Compram marcas", defendeu.
Para Marback, na sustentabilidade a logística se atenta ao destino dos produtos e às embalagens pós-consumo. Ele também citou que o tema já faz influencia na decisão de compra e aposta que o dilema entre consumir muito e consumir de forma consciente tende a cair nos próximos anos, com uma maior consciência da população.
Marback também lembrou de um case clássico de "marketing de oportunidade". Após a repercussão negativa proporcionada pela ação Fundo da Folia, na qual mergulhadores coletaram inúmeras latas de cerveja no fundo do mar na região do Porto da Barra, em Salvador, depois do Carnaval, a Ambev criou a campanha Nossa Onda é Praia Redonda, que mobilizou conscientizadores, voluntários e mergulhadores em uma das praias mais frequentadas da capital baiana.
"A logística reversa é uma tendência. Em pouco tempo o consumidor vai procurar mais informações, como pontos de coleta para produtos pós-consumo, como as empresas transportam e armazenam, como elas comunicam a sustentabilidade (de forma ética ou não, por exemplo). Produtos que tenham durabilidade, qualidade e programas claros de logística reversa construirão lações mais fortes com seus consumidores", concluiu o especialista.
A Feira do Empreendedor segue até o dia 26 de outubro em Salvador.
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