Durante a semana, a prefeitura recolheu 31 cavalos que foram levados para o Centro de Proteção Animal da Fazenda Modelo, em Guaratiba
Foto: Tarso Ghelli/divulgação prefeitura do Rio de Janeiro
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sancionou na quinta-feira, 19 de maio, uma lei que proíbe veículos de tração animal na Ilha de Paquetá, localizada no meio da Baía de Guanabara. Na prática, a lei impede a circulação das tradicionais charretes, usadas por visitantes e moradores da bucólica ilha carioca, a partir do final de agosto.
Antes mesmo de a lei entrar em vigor, a prefeitura já fez, nesta semana, o recolhimento de 31 cavalos que eram utilizados para puxar as charretes. O recolhimento dos animais foi feito depois de uma recomendação do Ministério Público, que considerou que os animais estavam sendo maltratados e que suas fezes e urina estavam contaminando o meio ambiente. Os animais foram levados para o Centro de Proteção Animal da Fazenda Modelo, em Guaratiba, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Para substituir as charretes, a prefeitura comprou e doou 17 carrinhos elétricos. Ainda de acordo com a administração municipal, os veículos serão conduzidos pelos charreteiros, que receberam treinamento para dirigir esses carrinhos.
Medida polêmica
Alguns moradores, no entanto, se opõem à substituição. De acordo com a professora universitária Liliane Ferreira Mundim, que mora na ilha desde que nasceu, há 59 anos, além de acabar com uma tradição da ilha, a substituição das charretes pelos carrinhos elétricos aumentará o trânsito de veículos motorizados pela ilha, que, segundo ela, já tem um número excessivo de bicicletas, ecotáxis e motos elétricas.
“Eles trocaram uma coisa totalmente típica da ilha por carros que vão piorar nossa situação urbana interna. Vai aumentar o número de veículos motorizados. As pessoas já empreendem velocidades absurdas. Não tem fiscalização, nem controle. Daqui a pouco, todos vão se achar no direito de ter esses carrinhos. Além disso, a ilha é de saibro. Qualquer chuva, vai fazer lama e estragar os carrinhos. Provavelmente, vão querer asfaltar as ruas [para que os carros possam circular]”, disse à Agência Brasil.
Liliane e outros moradores prometem fazer um protesto quando os carrinhos chegarem até a ilha. Por meio de sua assessoria de imprensa, a prefeitura informou que não há intenção de descaracterizar a região e que, desde que foi notificada pelo Ministério Público para retirar os cavalos, tem mantido diálogo constante com charreteiros e moradores. A prefeitura também comprometeu-se a intensificar a fiscalização dos veículos motorizados na ilha.
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Redação iBahia
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