Preservação do mico-leão-dourado pode ser beneficiada com reflorestamento

A espécie vai ganhar mais espaço de Mata Atlântica
Foto: Marcio Cabral de Moura

A Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) recebeu o investimento de R$ 1 milhão, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para o reflorestamento de 62 hectares de Mata Atlântica na Reserva Biológica de Poço das Antas, no município de Silva Jardim, no Rio de Janeiro. A ação irá beneficiar a espécie mico-leão-dourado, que vai ganhar mais espaço em seu habitat.

O reflorestamento começou na segunda semana de novembro e tem previsão de ser concluído em dois anos. O secretário executivo da AMLD, Luís Paulo Ferraz, observou a importância da recuperação dessa mata de baixada dentro da Reserva Biológica de Poço das Antas, para preservação do primata.

"É uma recuperação florestal dentro de uma reserva biológica. Isso é da mais alta importância porque aqui a gente tem um trabalho relevante com relação à conservação do mico-leão-dourado", explicou à Agência Brasil.

Para salvar a espécie, os pesquisadores precisam trabalhar em uma área ampla, que engloba oito municípios do estado do Rio de Janeiro. "Trabalhamos pensando em uma população mínima viável para manter o mico-leão-dourado a salvo da extinção a longo prazo em pelo menos dois mil animais".

O secretário alertou que não basta ter um número de indivíduos em um ambiente tão fragmentado como é a Mata Atlântica, na região.

"A gente precisa ter uma área mínima de 25 mil hectares de florestas protegidas e conectadas". Atualmente, a estimativa é que estejam protegidos e conectados 10 mil hectares de Mata Atlântica. "Temos muito trabalho para fazer, embora a população de micos esteja próxima de 1,7 mil animais", comentou Ferraz, que também apontou a falta de florestas como o maior problema encontrado.

"Por isso é tão importante esse trabalho de restauração florestal. Para nós, hoje, essa é uma estratégia extremamente importante", ressaltou. O município de Silva Jardim detém o maior número de reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs).

De acordo com dados fornecidos pela assessoria de imprensa do Banco Nacional, a iniciativa BNDES Mata Atlântica possui 15 projetos aprovados em sete estados, que visam o reflorestamento de uma área superior a 3.300 hectares do bioma. O investimento chega a R$ 39,9 milhões.