Programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia vai preservar 73 milhões de hectares do território amazônico. Iniciativa vai se estender por cinco anos e deve catalisar mais de 680 milhões de dólares em financiamento, além da verba inicial do GEF
Foto: Flickr / Eduardo Duarte
Proteger mais de 80% do território amazônico, garantindo a manutenção de 73 milhões de hectares de terras florestais, além de promover a gestão sustentável da terra em 52,7 mil hectares. Esses são os principais objetivos do programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia, uma iniciativa regional que pretende unir os governos do Brasil, Peru e Colômbia para combater o desmatamento desse ecossistema.
A ação é do Banco Mundial, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o World Wildlife Fund (WWF). O Conselho do Mecanismo Global para o Meio Ambiente (GEF), instituição parceira das agências da ONU, anunciou que disponibilizará 113 milhões de dólares para o projeto.
“A Amazônia desempenha papel crítico na regulamentação climática global, bem como na prosperidade ambiental e econômica da região, e é o maior repositório da biodiversidade do planeta”, explicou o presidente do GEF, Naoko Ishii. As ações apoiadas pelo projeto ‘Paisagens Sustentáveis’ da Amazônia, que se estenderá por cinco anos, devem contribuir para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) em até 300 milhões de toneladas, até 2030.
Colaboração regional
Os países envolvidos no programa são responsáveis por 83% da Bacia Amazônica. “No Brasil, nos últimos 10 anos, reduzimos 82% do desmatamento da Amazônia. Reconhecemos 13% como terras indígenas e estabelecemos 27% das áreas protegidas”, destacou a secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, Ana Cristina Barros.
Apesar dos avanços, para o coordenador do Programa Nacional de Conservação de Florestas do Ministério do Meio Ambiente do Peru, Gustavo Suarez, somente uma sólida colaboração regional pode garantir o sucesso na preservação do bioma. “As ameaças às florestas e rios da Amazônia relacionadas com os mercados de exportação, desenvolvimento da infraestrutura de transportes, atividades ilícitas, desigualdade social e pobreza estão crescendo”, alertou.
Mercados de carbono
O Banco Mundial tem procurado combater as mudanças climáticas em diversas frentes de ação. Recentemente, a instituição se aliou a chefes de Estado, governos estaduais e municipais e presidentes de importantes companhias para pressionar a comunidade internacional a implementar políticas de precificação do carbono.
O apelo por avanços concretos na consolidação dos mercados de carbono foi emitido pelo Painel de Precificação do Carbono, do qual participam o Banco Mundial; o Fundo Monetário Internacional (FMI); a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE); a chanceler alemã, Angela Merkel; a presidente do Chile, Michelle Bachelet; o presidente da França, François Hollande; o primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn; o presidente das Filipinas, Benigno Aquino III; o presidente do México, Enrique Peña Nieto; o governador da Califórnia (EUA), Jerry Brown; e o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Para as lideranças globais, a precificação do carbono e a criação de taxações específicas para empresas cujas atividades consomem grande volume de combustíveis fósseis podem estimular a competitividade entre o setor privado e acelerar a busca por alternativas mais limpas na produção industrial.
Saiba mais sobre a o Painel de Precificação do Carbono clicando aqui.
(Via ONU Brasil)
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