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Quantidade de chuva afeta mortalidade infantil, diz pesquisa

Realizado pela sanitarista Maria Aparecida Rocha, o estudo foi desenvolvido por meio de uma análise espacial do estado de Pernambuco. A constatação é de que, nas regiões onde a incidência da chuva é acima ou abaixo da média, a mortalidade infantil é maior.

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14/08/2012 às 17:00 • Atualizada em 31/08/2022 às 13:08 - há XX semanas
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O estudo indica que a causa da mortalidade tenha a ver com a contaminação da água. Foto: dwedelstein

Variações na quantidade de chuva causam mais mortes em crianças menores de um ano. A afirmação faz parte de uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. Realizado pela sanitarista Maria Aparecida Rocha, o estudo foi desenvolvido por meio de uma análise espacial do estado de Pernambuco. A constatação é de que, nas regiões onde a incidência da chuva é acima ou abaixo da média, a mortalidade infantil é maior.

Durante o estudo, 122 municípios foram analisados na região semiárida (área seca, com média pluviométrica menor que 800 milímetros ao ano), e 62 na parte não semiárida (locais úmidos, localizada no entorno da capital e com quantidade de chuva acima da média do estado).

A pesquisadora analisou dados dos últimos 11 anos, selecionou os três anos mais chuvosos e a mesma quantidade dos anos mais secos, além de compará-lo com a taxa de mortalidade, disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. "Tanto nos períodos em que choveu menos do que o esperado para a região, quanto nas regiões onde a chuva superou as expectativas, foi maior a taxa de mortalidade", considerou Maria Aparecida à Exame.

Segundo a sanitarista, a chuva tem um papel decisivo na questão. Ela pondera, no entanto, que não é possível afirmar que somente a chuva seja um fator de risco, uma vez que há outro aspectos que influenciam na mortalidade.

O estudo considerou o dado da Organização Mundial de Saúde (OMS) segundo o qual 88% das causas de diarreia são a ingestão de água contaminada. Com base na informação, a pesquisadora defendeu que o excesso de chuva pode ter levado à uma contaminação maior da água.

"Tanto o déficit quanto o excesso podem levar à uma contaminação. Os dados que encontramos foram surpreendentes, mas a literatura do tema já mostrava que uma grande variação no volume de água afetam os níveis de contaminação da mesma", assegurou.

Maria Aparecida pretende apresentar o estudo à Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco com o objetivo de auxiliar as regiões com situações mais críticas.

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