Longa jornada de trabalho, com até 10 horas executadas em pé, é uma das denúncias feitas pelo MPT
Foto: Alex Pazzuelo / Agecom-AM
Não são somente as grifes de roupas e grandes marcas de sapatos que aparecem nos noticiários de relações injustas de trabalho. A Samsung está sendo acusada de violar direitos trabalhistas de seus funcionários, expondo-os a jornadas de trabalho de 15 horas e más condições de alojamento, além de irregularidades na remuneração, segundo informou o site International Business Time. O Ministério Público do Trabalho (MPT) exige o pagamento da multa de 250 milhões de reais por conta das infrações.
Por meio de investigações, o órgão público concluiu que além da longa jornada de trabalho (até 10 horas executadas em pé), havia pessoas trabalhando sem folgas, durante até 27 dias. A fábrica onde foram feitas as investigações está situada em Manaus, na Amazônia, onde 5.600 pessoas trabalham para suprir a demanda de toda a América Latina.
Esta não é primeira autuação da empresa por violações aos direitos do trabalhador, em setembro de 2012, a fábrica que a multinacional sul-coreana tem na China estava em situação semelhante a do Brasil, segundo o News.
Na Ação Civil Pública (ACP) movida pelo o MPT, exige-se as folgas de direito dos trabalhadores, o cumprimento da carga horária máxima de 40 horas e descanso de 10 minutos a cada 50 trabalhados, pois os funcionários executam movimentos repetidos, cerca de 6.800 vezes por dia, e estima-se que 20% deles desenvolvam doenças ocupacionais dentro de cinco anos. Para se ter ideia do ritmo da fabricação, a cada 4,8 segundos uma televisão é encaixotada na fábrica.
Resposta da Samsung
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Samsung enviou ao site Repórter Brasil uma resposta sobre o caso: “Assim que recebermos a notificação, realizaremos uma análise do processo e cooperaremos plenamente com as autoridades brasileiras. (...) Estamos comprometidos em oferecer aos nossos colaboradores ao redor do mundo um ambiente de trabalho que assegura os mais altos padrões da indústria em relação à segurança, saúde e bem-estar”.
No entanto, segundo o procurador que está à frente do caso, Ilan Fonseca, a empresa se nega a enviar os documentos solicitados.
Lucro alto, isenção de impostos e prejuízo para o INSS
Em 2012, a empresa sul-coreana obteve o lucro líquido de 22,3 bilhões de dólares. E para se instalar na Amazônia recebeu isenção fiscal de 75% sobre o imposto de renda da empresa, segundo o Repórter Brasil.
“O estabelecimento da Samsung em Manaus há alguns anos vem apresentando um índice de adoecimento muito elevado, acima até da média de outras empresas”, informou o procurador Ilan Fonseca ao site. Desvios na coluna, casos de tendinite e bursite, além de outros distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (os chamados Dort) geraram 2.018 pedidos de afastamento de até 15 dias por motivos de saúde,segundo a ACP. Todos esses afastamentos e até aposentadorias precoces são arcadas pelo INSS.
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