Uso de GPS pode provoca perda de massa cinzenta
Foto: Enrique Dans
Atualmente é comum ver as pessoas utilizando dispositivos de GPS, prática que, por vezes, se torna um vício. Atentos ao problema, cientistas realizaram estudos relacionados ao tema ao longos dos anos e chegaram a conclusão de que a memória espacial, tipo muito específico que auxilia na fixação de números de telefone e fórmulas, por exemplo, é afetada devido ao uso dessas ferramentas.
O periódico norte-americano Boston Globe publicou em 18 de agosto um artigo que abordou a moda do uso desta tecnologia vinculada aos esquecimentos provocados nos cérebros.
Segundo a neurocientista Veronique Bohbot a constatação é preocupante porque pode provocar a perda de sentidos e localização de alguma pessoa. "É importante que as pessoas assumam a responsabilidade por sua saúde - incluindo sua saúde cognitiva. Nós não podemos simplesmente pegar informações prontas o tempo inteiro", defendeu.
Conheça algumas constatações do artigo sobre o assunto:
- Neurocientistas da Universidade McGill mostraram que o cérebro pode mudar fisicamente devido ao uso do GPS. Pessoas que muitas vezes seguem as instruções de navegação têm menos massa cinzenta no hipocampo - parte do cérebro que codifica memórias espaciais. Por outro lado, outra pesquisa mostrou que os taxistas, que dão aos seus cérebros um treino espacial diariamente, tendem a ter mais matéria cinzenta nesta área.
- A quantidade de matéria cerebral no hipocampo pode ter implicações mais amplas para a nossa saúde e bem-estar, embora essa correlação não seja bem compreendida. As pessoas com redução desta área podem estar em maior risco para doenças como a demência e o transtorno de estresse pós-traumático (PTSD). Na vida cotidiana, a memória espacial bem desenvolvida também pode contribuir para atividades como estudar para um teste ou prova e até auxiliar um gerente a manter o controle de vários projetos.
- Em 2005, uma experiência mostrou que os motoristas sentiram dificuldades para lembrar os detalhes de sua rota após a utilização de um dispositivo de GPS - muitos nem perceberam que estavam passando pelo menos lugar duas vezes. Essas pessoas foram comparadas às que usam mapas em papel. Em 2008, em Tóquio, e em 2010 nos Estados Unidos, foram realizados estudos semelhantes com resultados também parecidos.
- Na Alemanha, uma pesquisa apontou que os dispositivos GPS apresentam caminhos mais longos para os usuários. Além disso, os motoristas também não lembram muito do trajeto.
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