Um novo relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), divulgado no dia 16 de dezembro, alerta que nas últimas sete décadas, 70% das novas doenças que apareceram em humanos tiveram origem na dieta alimentar baseada em animais.
O documento cita "mudanças dramáticas" no surgimento de doenças, causadas especialmente pelo crescimento populacional, expansão agrícola e aumento da cadeia alimentar global. A FAO indica que neste período o consumo de carnes vermelhas e brancas aumentou, o que gerou "explosão" na produção pecuária.
“Por exemplo, a gripe aviária ou a síndrome respiratória aguda. A maioria das razões tem a ver com as atividades dos humanos na terra, na produção agrícola, na exploração das florestas, na criação do gado e também com as mudanças climáticas. E o comércio tão globalizado que nós temos agora, que tem muito mais risco hoje do que ontem”, destacou à Rádio ONU o chefe de Serviço Animal da FAO, Juan Lubroth.
Globalização
Segundo o relatório, a globalização e a mudança climática estão "redistribuindo patogênicos, vetores e hospedeiros e os riscos pandêmicos aos humanos são uma grande preocupação."
Com grande intercâmbio de pessoas e produtos entre países, organismos que causam doenças "viajam" pelo mundo mais facilmente. No caso da pecuária, de acordo com o órgão, os riscos são maiores nos países em desenvolvimento e em transição.
Eles afirmam que não é mais possível tratar as saúdes humana, animal e ambiental isoladamente. A FAO sugere algumas medidas para combater o problema, como o fornecimento de alimentos de origem animal segura, vindos de gado saudável, e o tratamento adequado das ameaças biológicas geradas pela globalização e mudança climática.
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