A ideia do experimento é substituir a população de machos do Aedes aegypti por mosquitos alterados/Foto:Sanofi Pasteur
Em 2011 a cidade de Juazeiro, na Bahia, serviu como local de teste para uma nova técnica de combate ao mosquito da dengue – a utilização de mosquitos transgênicos. O resultado saiu este ano, 2012, e mostrou que os descendentes dessas criaturas artificialmente produzidas morreram antes de picar seres humanos e transmitir o vírus da dengue.
Após soltar mais de 10 milhões de mosquitos no bairro de Itaberaba, os cientistas coletaram amostras de larvas depois de um ano, e constataram que entre 85% e 90% delas tinham DNA modificado.
Considerando a população residente de A. egypti na região, houve uma redução de 75%, em relação às de áreas não tratadas.
O estudo demonstrou a viabilidade de controlar a população de mosquitos por esse método, sem causar impactos adicionais ao ambiente.
No entanto, apesar do experimento ter mostrado resultados promissores, os cientistas ressaltam que tudo é apenas um resultado inicial. "Era para testar a tecnologia, não fazer uma ação de controle", afirmou ao portal Folha, Margareth Capurro, pesquisadora que coordena o estudo na USP.
Eles também afirmam que iniciativas como essa não são um remédio definitivo. Caso interrompa a liberação dos mosquitos transgênicos, a tendência é que a população natural restabeleça seu número em pouco tempo. Por isso esse tipo de tratamento tem de ser contínuo, explicou Capurro. “Se pararmos há invasão dos mosquitos de fora nas áreas tratadas”.
O experimento
O experimento foi realizado por pesquisadores da USP e da Moscamed, empresa que produz os mosquitos geneticamente modificados. Mosquitos estes que foram originalmente projetados por cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido.
A ideia básica é substituir a população de machos do Aedes aegypti por mosquitos alterados. Eles se reproduzem de forma tão efetiva quanto os selvagens, mas têm uma modificação genética que, transmitida à prole, impede-a de sobreviver.
Juazeiro foi escolhida por ser uma região ideal para a realização de um projeto piloto desse tipo, e a cidade acolheu a iniciativa. Carrupo destacou que não sabe até quando irá manter a liberação em Itaberaba, mas afirmou que já está formulando planos para testar a mesma ação em outras localidades.
Com informações do portal Folha
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