Postura do governo norte-americano sobre as mudanças climáticas desagrada. Foto:marciofleury
Em um discurso feito em 2 de agosto, o negociador norte-americano para Mudanças Climáticas, Todd Stern, afirmou que os Estados Unidos queriam uma abordagem mais flexível para um novo acordo da ONU, a ser adotado em 2015 depois de fracassos anteriores, de forma que ele possa ser modificado com o tempo para levar em conta, por exemplo, as novas tecnologias.
A declaração foi mal recebida na terça-feira (7) pela União Europeia e pequenos países insulares, que criticaram a Casa Branca por se afastar da meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para limitar o aquecimento global em um nível abaixo de 2ºC nas próximas décadas.
Eles pediram que os cerca de 200 governos se atenham à meta, uma das poucas aprovadas internacionalmente durante a COP-15 (Conferência das Nações Unidas sobre o Clima), realizada em 2009, em Copenhague (Dinamarca). Para Stern, alcançar tamanho objetivo é impraticável. Contudo, há três anos, os EUA concordaram, a fim de evitar mudanças perigosas, tais como ondas de calor, migrações, inundações, estiagens e aumento no nível dos oceanos.
"Os líderes mundiais comprometeram-se em Copenhague a ficar abaixo do aumento de 2ºC na temperatura. O que os líderes prometeram agora precisa ser cumprido", cobrou o porta-voz da Comissão Europeia, Isaac Valero-Ladron.
A presidente da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Aosis), Marlene Moses, acusou o governo norte-americano de conter a ambição para as negociações climáticas da ONU e afirmou que isso era "especialmente preocupante em meio a uma das piores secas da história do país".
"Se os EUA estão preparados a abandonar os fazendeiros do próprio país, como devemos acreditar que farão o que é necessário para salvar as pequenas ilhas?", questionou. A Aosis teme que alguns de seus Estados membros sejam afetados por tempestades, erosão e elevação do nível das marés.
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