Rua 25 de Março, centro popular de compras de São Paulo: cidade ganha 85 mil novos moradores a cada ano
Foto: deltafrut
Abrigar cada vez mais pessoas em um espaço limitado é um dos grandes desafios das metrópoles mundiais. Todos os anos, as cidades brasileiras recebem o equivalente à população inteira de Curitiba de novos moradores, segundo Luiz Guilherme Rivera de Castro, professor de Urbanismo na FAU-Mackenzie.
Só a cidade de São Paulo (a maior do Brasil) ganha, em média, 85 mil novos habitantes por ano. Considerada a Região Metropolitana, o número sobe para 190 mil novos moradores a cada ano. Em uma década, serão mais 1,9 milhão de pessoas morando, estudando e trabalhando na capital paulista - e precisando se locomover por ela.
O curto vídeo abaixo mostra como se deu a expansão da cidade entre 1880 e 2000, quando a população saltou de 65 mil habitantes, de acordo com o Censo 1890, para 10,4 milhões, no Censo 2000.
O video faz parte de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Nova York que mostra o crescimento de 30 cidades ao redor do mundo nos últimos dois séculos.
Nota-se que é só a partir dos anos 1950 é que a periferia ganha grandes proporções na cidade.
Esse movimento coincide com a época em que a população brasileira, de uma forma geral, migrava do campo para as cidades - e São Paulo era um dos principais destinos.
O resultado é uma cidade com graves problemas de moradia e de mobilidade urbana.
"O maior desafio que se coloca hoje para São Paulo, é o de proporcionar equipamentos urbanos básicos, como transporte e saneamento para essas pessoas que foram morar nas periferias e não têm essa assistência", afirmou Castro à Exame.
Apesar dos problemas e dos números superlativos, a cidade já passa por um processo de desaceleração do crescimento populacional, que aumenta 0,7% ao ano. Mas, com uma população de 11,8 milhões de habitantes, ainda são 85 mil novos moradores anualmente.
Investimentos em infraestrutura
A situação é parecida em todas as grandes cidades brasileiras. Atualmente, cerca de 85% da população brasileira vive em áreas urbanas. Para 2020, a previsão é de que esse índice chegue a 90%.
"Onde essas pessoas vão morar, trabalhar e estudar? Nesse ritmo de crescimento, serão necessários grandes investimentos em infraestrutura urbana para receber todas essas pessoas", ressaltou Castro.
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