Redação Goal
Palestra Itália, Palmeiras. Dois nomes, um mesmo significado. Uma mesma paixão. Neste dia 26 de agosto, o Alviverde comemora o seu centenário. Fundado por imigrantes italianos em 1914, a agremiação é uma das mais importantes e vitoriosas do Brasil. Grandes craques já passaram pelos seus gramados - seja do Parque Antártica ou do Pacaembu. E, honrando o seu DNA italiano, a história deste gigante conta com episódios marcantes de conquistas no âmbito esportivo. Neste especial, vamos lembrar de alguns dos principais momentos do Verdão ao longo destes 100 anos.As primeiras décadas
Inspirados pela excursão de Torino e Pro-Vercelli, um grupo de jovens resolveu criar um time de futebol que
representasse a imensa colônia italiana da cidade de São Paulo. E há exatamente 100 anos, nascia na região da Praça da Sé o Palestra Itália. O primeiro jogo aconteceu no início do ano seguinte, contra o Savoia. E o encontro terminou com vitória palestrina por 2 a 0, gols de Bianco e Alegretti, que marcaram de pênalti.
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O clube já havia mostrado sua força dentro e fora de campo, mas faltava o título oficial que por pouco não havia chegado em 1917 e 1919. Em 1920, não teve mais como adiar: o Campeonato Paulista era conquistado pelo Palestra Itália. O título foi garantido com vitória de 2 a 1 sobre o então poderoso Paulistano, tetracampeão estadual. Martinelli e Forte foram os grandes heróis naquele dia 19 de dezembro. No mesmo ano, o clube passara a ser dono do Parque Antártica, comprado com o apoio da Companhia Matarazzo.
A partir da década de 1920, o Palestra Itália entrou no grupo dos grandes do futebol paulistano e começou a ampliar sua importância Brasil e América afora: venceu amistoso contra o Paraguai, além de somar mais títulos estaduais para a galeria de troféus. Em 1932, começou em grande estilo a caminhada para a conquista do único tri-estadual de sua história. Contando com craques como Romeu Pelliciari, os palestrinos levantaram a taça com 100% de aproveitamento.
O prestígio era inegável, e o clube inaugurou o estádio do Pacaembu em 1940, com goleada sobre o Coritiba. E o estádio deu sorte. Naquele mesmo ano, o time dos italianos venceu o rival Corinthians por 2 a 1 e tornou-se o primeiro clube a triunfar naqueles gramados. Camisa e escudo bem conhecidos, e já admirados.
Palmeiras: batismo de fogo
O Palestra Itália exercia grande influência. E, em tempos de Segunda Guerra Mundial, não era muito bem visto carregar em seu nome e bandeira as cores de um dos inimigos do confronto bélico. Em 1942, sob forte pressão política, o clube mudou de nome: primeiro para Palestra de São Paulo, antes de escolher a atual denominação, Sociedade Esportiva Palmeiras. Os jogadores estavam prestes a jogar a decisão do Campeonato Paulista contra o São Paulo. Será que teriam sorte com o novo nome?
A resposta foi bem clara. Oberdan Cattani, Zezé Procópio, Og Moreira, Del Nero, Waldemar Fiúme, Echevarrieta e os demais jogadores daquele time entraram em campo carregando a bandeira do Brasil. Era importante mostrar ao público que - assim como muitos que lá estavam - o Palmeiras tinha raízes italianas, mas o coração era brasileiro. “Lutaríamos pelo Brasil, e não pela Itália”, lembrou anos depois o goleiro Oberdan. E luta foi uma palavra boa para descrever aquela decisão: o Palmeiras vencia por 3 a 1 quando Virgílio, do São Paulo, foi expulso de campo. Inconformados, os jogadores tricolores deixaram o gramado. O Alviverde era o grande campeão.
A conquista mundial e o nascimento da Academia
Ademir da Guia, o 'Divino'
O ano de 1950 foi traumático para o Brasil, com a derrota para o Uruguai na decisão da Copa do Mundo. Mas no ano seguinte o Maracanã voltaria a receber um brasileiro para a disputa de um torneio que reuniria equipes de todo o planeta. A Copa Rio contou com os principais clubes de todos os cantos do globo. No final das contas, Palmeiras e Juventus foram os sobreviventes e duelaram em duas partidas: na primeira delas, Rodrigues garantiu a vitória ao Verdão; na segunda, empate de 2 a 2 que alavancou o Alviverde ao topo do mundo.
Depois do feito histórico no Maracanã, as maiores glórias retornariam no final da década de 1950 e início de 1960. O Palmeiras havia conquistado a Taça Brasil, e nascia ali o time que passaria a ser conhecido como Academia. Imortais da bola como Djalma Santos e Julinho Botelho, além de grandes craques como Ademir da Guia e Dudu, desfilavam habilidade. Aquele esquadrão trajado de verde foi um dos poucos que conseguiram fazer frente com o Santos de Pelé. Confira os melhores de Ademir da Guia, um dos maiores craques do clube:
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Em 1965, o prestígio mais uma vez se fez notar. Usando a camisa da seleção brasileira, todo o time palmeirense – inclusive o técnico argentino Filpo Nuñez – jogou contra o Uruguai na inauguração do Mineirão. Rinaldo, Tupãzinho e Germano garantiram a vitória por 3 a 0 sobre os rivais sul-americanos. Aquela partida é, até hoje, a única na qual a Seleção foi 100% representada por uma única agremiação. E aquele timaço ainda iria render bastante na década de 1970. Com Ademir da Guia no auge de seu futebol, o Palmeiras foi bicampeão brasileiro em 1972-73.
Anos 80, uma década perdida antes do renascimento
O torcedor palmeirense estava mal acostumado com as grandes exibições e troféus constante. Mas os anos de 1980 não foram os melhores para o Alviverde, que só voltou a encantar com o seu futebol em 1993, após firmar acordo com a multinacional Parmalat. A empresa, também de origem italiana, ajudou o clube a montar um verdadeiro esquadrão. E naquele ano, o Verdão conquistou um estadual com sabor especial: a taça veio após goleada sobre o arquirrival Corinthians.
No mesmo ano, o Alviverde conquistou o Campeonato Brasileiro e voltaria a repetir a dose na temporada seguinte. Antônio Carlos, César Sampaio, Roberto Carlos, Edílson, Zinho, Edmundo, Evair, Flávio Conceição, Velloso, Rivaldo, Amaral, Cafu, Djalminha e Müller foram alguns dos grandes jogadores que fizeram história na brilhante década de 1990. No comando do time, Vanderlei Luxemburgo ia conquistando seus primeiros grandes troféus.
Luiz Felipe Scolari prosseguiu com o trabalho e os resultados continuaram: Copa Mercosul, Copa do Brasil... todas elas já estavam nas prateleiras do Parque Antártica. Mas faltava uma outra Copa. A torcida rezava pela conquista da Libertadores da América. E durante o caminho para aquele histórico título, um santo foi revelado para os palestrinos: Marcos. O goleiro conquistou seu lugar entre os titulares e foi o grande herói da conquista continental sobre o Deportivo Cali. Veja essa conquista:
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Rebaixamentos e busca pela estruturação
Após a saída da Parmalat, o Palmeiras demorou a se encontrar. Em 2002, veio o trauma do rebaixamento. No ano seguinte o Verdão voltava à elite e ainda conseguia uma vaga para a disputa da Libertadores. A reestruturação era clara e foi oficializada com a conquista do Paulistão de 2008.
O ídolo Marcos resolveu se aposentar dos milagres em 2012, mas fora dos gramados viu o Alviverde voltar a dominar o cenário nacional: novamente sob o comando de Felipão, o Palmeiras era campeão da Copa do Brasil. Mas nem tudo foi festa, já que no mesmo ano o clube voltou a ser rebaixado.
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Em 2013, sob o comando de Gilson Kleina, o Palmeiras retornou para a Série A. Mas este ano de centenário promete fortes emoções dentro de campo. A equipe, treinada atualmente pelo argentino Ricardo Gareca, luta novamente contra o rebaixamento. No atual momento é a primeira fora da zona de descenso. Qual será o destino do Alviverde neste ano, ninguém sabe. Certeza, apenas uma: sua grandeza jamais será reduzida.
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