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CINEMA

Denzel Washington vive policial com TOC no filme 'O Protetor''

Segundo ele, é no tablado que o ator se define. Recém-saído de uma temporada na Broadway, ele mostra seu talento em 'O Protetor'

• 15/09/2014 às 8:49 • Atualizada em 26/08/2022 às 21:43 - há XX semanas

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Em O Protetor, que estreia dia 25, Denzel Washington, 59 anos, vive um ex-policial que sofre de TOC e se vê obrigado a cuidar de uma jovem
Para Denzel Washington, 59 anos, fazer filmes é um processo de colaboração. Ele gosta de trabalhar com roteiristas, diretores, produtores e atores reunidos. Faz questão de aperfeiçoar um roteiro até ter a certeza de que é o melhor que pode ser. Ele simplesmente é assim. E seu filme mais recente, O Protetor, do diretor Antoine Fuqua, que estreia no dia 25, foi um exemplo brilhante de trabalho em equipe no melhor sentido, segundo o próprio Denzel.Foi, ele admite, uma filmagem fisicamente desgastante. Mas Denzel, praticante de boxe há 20 anos, é um ator que gosta de fazer suas próprias cenas de ação. Seu personagem é um policial é forçado a sair de uma aposentadoria voluntária para ajudar a jovem Teri (Chloë Grace Moretz), ameaçada de morte pelas mãos da máfia russa.
Confira, em entrevista cedida com exclusividade ao CORREIO pela Sony, as impressões de Denzel sobre a carreira, a família, a volta ao teatro e, claro, sobre o novo trabalho com Fuqua, que o dirigiu em Dia de Treinamento (2001), filme que rendeu ao ator um dos seus dois Oscar.Seu personagem é um homem solitário. Você ajudou a desenvolver esse lado dele? Eu decidi que ele sofreria de TOC e também teria alguns hábitos peculiares. Estava apenas tentando enriquecer um pouco o personagem, para que ele não se tornasse um pistoleiro. E eu acho que fizemos um bom trabalho.
Você pesquisou o TOC? Sim, com certeza eu pesquisei o TOC. Eu fiz mais do que se vê, de fato, no filme. É uma peculiaridade interessante, e cada pessoa sofre com sintomas diferentes - algumas pessoas precisam lavar as mãos, outras têm de fazer certas coisas um certo número de vezes antes que possam funcionar - comportamentos obsessivos. Isso me deu um recurso real para que ele enfrentasse questões que está tentando superar.
A cena no restaurante, em particular, quando ele está lendo Hemingway, se destaca. Ela estava no roteiro? Nós a aumentamos. Antoine e eu realmente dedicamos muito tempo a ela, ao modo que ele dobrava o mapa e à maneira como ele insere o saquinho de chá, e isso é parte do seu comportamento obsessivo. Você precisa se importar com esse cara; isso nos ajuda a compreender a sua conexão com a jovem. Ambos são almas solitárias, seres arruinados. Mas, como eu disse, ele é mais do que apenas um vigilante. Para mim, sua história pregressa, que não está na tela, é que ele destruiu seu casamento e o seu relacionamento com a esposa, e ele não queria voltar à sua antiga vida, mas é o que faz porque não pode dar as costas a essa garota.
É um papel muito diferente para Chloë Grace Moretz. Como foi trabalhar com ela? Ela é muito adulta. Muito profissional e realmente comprometida com o trabalho. Espero que ela não trabalhe demais, mas é óbvio porque ela faz isso pois ela é muito boa, muito profissional e ainda é uma menina.
O Protetor tem um vilão magnífico em Teddy, que é realmente arrepiante. Como foi contracenar com Marton Csokas? Ele é um grande vilão. É curioso, pois havia um comercial sendo veiculado sobre como sempre escolhem um inglês para interpretar o vilão e eu não tinha pensado nisso. Agora, eu penso: ‘Caramba, talvez haja um fundo de verdade nisso’. Eles são grandes atores, oriundos do teatro. Nós podemos aprender com os ingleses. Eles sobem no palco e fazem o seu trabalho. Isso é o que temos que fazer, eu realmente acredito que os atores aprendem a atuar no palco não no cinema.
Você já atuou com frequência no teatro no decorrer da sua carreira, não é? Qual a importância do teatro para você? Eu já atuei muito no teatro, sim. Acabei de atuar na Broadway, nas sessões de domingo, numa ótima temporada em O Sol Voltará a Brilhar . Você resgata suas habilidades, volta ao básico. As pessoas perguntam, “Como você faz isso?” Eu digo, “Como não vou fazer?” Isso é o que eu faço. Eu sou ator. Dois dos meus filhos são atores agora, e eu lhes digo, “você aprende a atuar no palco, não nos filmes”. Os filmes são a mídia de um diretor. No teatro, você é dirigido, mas uma vez que a cortina sobe, é você e a plateia. Você tem que acertar. Ninguém vai dizer, ‘Corta! Podemos fazer mais uma vez?’.
Chloë Grace Moretz só recebeu elogios do colega: ‘Muito profissional e comprometida com o trabalho’
Como estão os seus filhos?Bom, um está estrelando uma série da HBO, que se chama Ballers. O irmão é diretor. Uma das irmãs está seguindo a carreira de produtora. E a nossa outra filha é atriz, acabou de se formar e está no mercado tentando conseguir um emprego.Eu tenho certeza que você se lembra da época em que ainda tentava se estabelecer como ator. Sim, todos passamos por isso. Ela acaba de conseguir um papel pequeno numa nova série de TV de Lee Daniels, então, eu não sei se ela será contratada ou não, mas ela está aí batalhando para forjar seu próprio caminho.Como é ver todos eles entrarem para a indústria cinematográfica? Minha mulher e eu não os forçamos a entrar para o ramo em absoluto, mas são todos cinéfilos. Todos eles amam cinema e teatro. Eu acho que eles realmente herdaram isso mais da mãe do que de mim. Faz todo sentido que eles tenham entrado para esse ramo. O padrão para as sequências de ação nos filmes está cada vez mais alto e em O Protetor elas são deslumbrantemente coreografadas. Como você se preparou para as cenas de ação? Foi tudo bem planejado e eu pude passar bastante tempo naquele set. Depois que eu incorporei o personagem, foi possível para mim fazer o que ele faz. Desde o início, eu disse: “Eu não quero alguns caras autômatos correndo e atirando uns nos outros. Quem é ele? O que há de errado com ele? Como é que ele pode superar isso?” Tivemos que responder a todas essas questões reais em prol da história. Voltando ao teatro, isso meio que reavivou meu instinto para me fazer essas perguntas. Isso ajuda a resgatarmos os elementos básicos do desenvolvimento de um personagem para que ele faça sentido.Você gosta desse aspecto físico? Eu realmente aprecio o lado físico do trabalho. Eu pratico boxe há 20 anos. Eu gosto de boxe e curto pugilistas e lutadores de artes marciais. Você acha que o filme reflete as apreensões contemporâneas na maneira que vivemos em tempos de incerteza e que este – Robert – é um homem que tem uma forte bússola moral? Eu não o encarei em termos daquilo que a sociedade sente, eu simplesmente dei vida ao personagem. Mas, sim, eu acho que tem razão. Nós queremos sentir que estamos protegidos e se importem conosco. Eu acho que daqui a cem anos, as pessoas vão dizer: ‘Qual é o efeito a longo prazo do excesso de informação?’ Nós vamos olhar em retrospecto para a época atual, esta era da informação, e nós ainda não compreendemos qual é o efeito da falta de privacidade. Qual é o efeito a longo prazo do excesso de informação? Você gosta de atuar mais agora do que quando era mais jovem, e havia mais pressão para conseguir trabalho? Muita coisa aconteceu comigo. Fazer teatro e me expor também é uma questão de assumir grandes metas e riscos. É atuação na sua pura essência, e eu procuro esse tipo de desafio. Eu cheguei a um ponto, talvez alguns anos atrás, em que fiquei entediado, mas aí eu tive que dizer, ‘Muito bem, ora, o que você vai fazer quanto a isso?’ Volte mais aos palcos. Não há tempo para ficar entediado lá, isso eu garanto. Eu quero fazer o que eu quero fazer, dar 100% de mim no que eu estou fazendo e eu quero querer estar lá.
Na trama de O Protetor, filme de Antoine Fuqua, o personagem de Denzel tem que enfrentar a máfia russa
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