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'Seria absurdo interferir na Lava-Jato', diz Temer

Presidente afirma que pôr mulher na AGU ‘ajuda nessa história do gênero’

Redação iBahia • 11/09/2016 às 9:19 • Atualizada em 29/08/2022 às 15:41 - há XX semanas

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Na entrevista concedida ao GLOBO, o presidente Michel Temer disse que “jamais” interferirá nas investigações da Operação Lava-Jato. Diz que seria absurdo se isto ocorresse. Ele também afirmou que não há hipótese de procurar um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de influenciá-lo na condução da operação. As declarações foram dadas antes da entrevista em que o ex-advogado-geral da União (AGU) Fábio Medina Osório acusou o governo de orientá-lo a ficar afastado da Lava-Jato. — Jamais o Executivo vai interferir nessa matéria. Cada Poder exerce o seu papel e seria um absurdo do Poder Executivo. Primeiro, impossível, inadmissível imaginar que o presidente da República possa chamar alguém do Supremo e dizer “decidam assim ou assado”. Não existe isso no Brasil. Eu jamais faria isso. Sou muito consciente dos termos da Constituição. Não tem a menor possibilidade de interferência do Executivo, nem a favor, nem contra — disse Temer. Perguntado sobre como procederá, caso novas revelações atinjam membros do seu governo, Temer disse que não pode demitir um ministro apenas porque o nome dele foi mencionado em alguma conversa grampeada ou delação premiada. O presidente disse também que nenhum ministro citado durante as investigações foi demitido. Todos pediram para sair. Durante o período de interinidade de Temer na Presidência, caíram os ex-ministros Romero Jucá (Planejamento), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Fabiano Silveira (Fiscalização, Transparência e Controle), que apareceram em gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Jucá foi gravado sugerindo que era preciso um pacto nacional para impedir o avanço das investigações. Henrique foi citado por Machado como sendo beneficiário de propina. E Silveira criticou a Lava-Jato e aconselhou investigados da operação. — Veja bem, os ministros que se afastaram, se afastaram por conta própria. Porque eu também não posso chegar ao ponto de dizer o seguinte: o sujeito que não é processado, não é sequer denunciado, basta que alguém mencione o nome dele que eu boto ele para fora. Isso eu não faço. Eu preservo muito a ordem jurídica. Então, os ministros que saíram foram ministros que pediram demissão e pediram para sair porque ficariam muito sob foco e pediram para sair. Eu não demiti ninguém do governo — disse o presidente. A PRIMEIRA MULHER Para o lugar de Medina Osório na AGU, Temer nomeou a advogada Grace Maria Mendonça, a primeira mulher a virar ministra em sua gestão. Até então, ela ocupava o cargo de secretária-executiva de Contencioso na AGU. O presidente disse que não considera um erro ter deixado as mulheres de fora de seu ministério, na composição original. Para ele, ministério é “uma simples simbologia”. Ele admitiu, no entanto, que a escolha de Grace levou em conta o fato de ela ser mulher, pois “ajuda nessa história do gênero”. Para ele, o fato de ser mulher tem que estar associado à competência, para que alguém venha a preencher uma vaga no governo. — Não, não errei. Acho que no processo natural, ao longo do governo, muitas mulheres poderão vir, no ministério ou em cargos não ministeriais. Ela (Grace), por delegação, já vinha há muito tempo fazendo um papel junto ao Supremo. E é muito enaltecida pelo Supremo, enaltecida pela classe jurídica. De modo que ela foi escolhida com muita naturalidade, ela seria a substituta, primeiro ponto. Segundo ponto, em face de sua competência. E terceiro ponto, é claro que, sendo mulher, ajuda nessa história do gênero — afirmou Temer. O presidente foi bastante criticado por movimentos feministas pela ausência de mulheres no primeiro escalão. Na entrevista, ele justificou sua opção por uma Esplanada 100% masculina repetindo o argumento de que teve apenas sete dias para organizar o governo, e, quando percebeu que o processo de impeachment seria admitido no Senado, saiu “correndo para organizar o ministério”. Em seu discurso de despedida, a ex-presidente Dilma Rousseff acusou Temer de praticar um “golpe misógino, homofóbico e racista”.

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