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Vizinhos afirmam que trabalho de pedreira abala casas no Capelão

A Pedreira Interativa Ltda., da empresa Top Engenharia, está arrendada há pouco mais de um ano para o Consórcio Sistema BA-093

• 01/09/2012 às 9:38 • Atualizada em 31/08/2022 às 19:35 - há XX semanas

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O chão treme, objetos caem, a poeira é grande e o maior medo é de que um dia a estrutura das casas, que já apresentam rachaduras, não resista. A explosão de rochas e o trânsito de caminhões pesados são apontados como responsáveis pelo drama na comunidade do Capelão, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana. “Já refiz a coluna da sala mais de dez vezes por causa das rachaduras que estão na casa toda. O dinheiro que já gastei aqui com reparos dava para eu construir uma casa igual à que tenho”, avalia o pedreiro Valdir Almeida da Silva, 41, que estima já ter gasto cerca de R$ 18 mil. “E olhe que esse valor não inclui mão de obra. Sou eu quem conserto”. A Pedreira Interativa Ltda., da empresa Top Engenharia, está arrendada há pouco mais de um ano para o Consórcio Sistema BA-093, que também mantém uma usina de asfalto no terreno vizinho às casas dos reclamantes. O material produzido vai para as obras de ampliação da BA-093. As licenças ambientais necessárias para o funcionamento da atividade foram expedidas pela Secretaria de Meio Ambiente de Lauro de Freitas, segundo o coordenador-executivo da órgão, Robson Lopes. “A pedreira está apta a funcionar na região. No início do ano foi apresentado um relatório dos abalos sísmicos da pedreira que mostrava que as explosões estão dentro da normalidade”, diz. ProblemasMostrando as rachaduras visíveis, porém, os moradores questionam a “normalidade”. “Todos aqui sentem medo, a casa toda treme, a tampa da panela cai do fogão. Ninguém quer ficar em casa quando tem as explosões. Não está vendo que isso está errado?!”, reclama a dona de casa Alaíde Maria de Souza, 73, moradora da Rua da Pedreira do Capelão, como Valmir. “Disseram que consertariam a casa, mas que eu teria que sair. Para onde eu vou?!”, questiona ele.
Explosões de pedreira no Capelão causam rachaduras em casas da região
Mesmo morando a cerca de 400 metros do acesso da pedreira, na praça Jardim Nova Esperança, o cabista Ivan Cerqueira, 37, também sente o reflexo dos tremores, que, segundo os moradores, é quinzenal. “Cheguei em casa e só vi o chão cheio de cisco do cimento. Aí ouvi a vizinha dizer que tinha tido a explosão, que é sempre dia de sexta. De lá pra cá, não param de aparecer rachaduras”, diz ele, que começou a ter problemas no início do ano. “Tiveram aqui em casa, tiraram fotos e depois não disseram nada. Isso mais de três meses atrás. Pretendemos tomar alguma providência, nem que seja na Justiça”, diz. Já o pintor Antônio da Silva, 58, afirma que o técnico que visitou sua casa deu informalmente um parecer que o revoltou: “Ele me disse que está tudo dentro da normalidade. Quero saber que normalidade com minha casa toda rachando, o chão afastado da parede, rachadura de fora a fora”, diz o pintor. Em 2008, ele entrou com uma ação na 1ª Vara de Justiça, ainda sem sentença. Na época a pedreira era administrada pela Top Engenharia. Em junho de 2009 o Ministério Público (MP-BA) recebeu um abaixo-assinado dos moradores reclamando da poluição sonora ocasionada pela pedreira. A promotora de Justiça Maria Augusta Santos de Carvalho ficou à frente do caso, que foi arquivado em julho deste ano. Segundo o MP, não foram constatadas irregularidades nas licenças ambientais da empresa. Estudos Em nota, o Consórcio Sistema BA-093 afirma: “Antes de assumir as operações, foram vistoriados, como medida cautelar, 447 imóveis localizados até 500 metros do entorno da pedreira”. Segundo Robson Lopes, uma denúncia foi feita pelos moradores à secretaria há dois meses. “Já pedimos um relatório da pedreira que será avaliado por uma geóloga da secretaria. A previsão é que até o fim da semana que vem esse relatório seja entregue”, diz. Apesar de ressaltar o atendimento dos padrões exigidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o Consórcio informa que contratou uma empresa especializada em apontar os danos no imóveis e, caso os laudos apontem os danos e responsabilize a atividade da pedreira, “o consórcio se prontifica a analisar e tratar a questão”, diz a nota, sem citar prazos de conclusão dos estudos. COLABOROU: ANDERSON SOTERO Matéria original do CorreioVizinhos afirmam que trabalho de pedreira abala casas no Capelão, em Lauro de Freitas

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