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CINEMA

Crítica: franquia Missão Impossível se atualizou com competência

O novo filme estrelado por Tom Cruise estreou no dia 13 de agosto e ainda está em cartaz nos cinemas soteropolitanos

• 27/08/2015 às 11:25 • Atualizada em 28/08/2022 às 15:41 - há XX semanas

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Cinemáticos Redação Cinemáticos
O Cinema de ação, gênero de agrado popular mas com sérias rixas com a crítica especializada, consegue entregar em poucas semanas do calendário anual de estreias algumas boas surpresas. A franquia Missão Impossível, série que resiste e se atualiza com competência ao longo das últimas duas décadas, é notável pela diversidade e ousadia das ferramentas que utiliza, tendo como grande trunfo para este resultado o rodízio de grandes diretores que ajudam a pensar e desenvolver sua arte. Assim como o que a franquia Alien trouxe para os gêneros de ficção científica e terror, graças a colaboração de criadores de grande iniciativa, Missão Impossível fez seu debut cinematográfico com uma estética inventiva trazida pelo diretor Brian de Palma que, ao buscar elementos de seus thrillers psicológicos, agregou valor à reinvenção da série de ação para TV dos anos 60. Passando por outros profissionais como John Woo, J J Abrams e Brad Bird, a franquia alcança seu quinto episódio com um diretor de curtíssimo currículo e pouco conhecido no mitiê, Christopher McQuarrie, que ao se aliar ao ator Tom Cruise (também produtor da franquia a qual estrela), recebeu a oportunidade de mostrar para o que veio. O resultado é um filme que, apesar de possuir seu diferencial em relação aos seus predecessores, principalmente no que tange a textura de sua fotografia, admitindo a preferência já anunciada em seu penúltimo filme, Jack Reacher, ao abusar do contraste e de granular seus quadros, acabou por trazer o filme mais episódico da franquia. Digo episódico, pois Nação Secreta não consegue trazer a criatividade e a inovação adicionadas a cada nova fita da franquia, e sua própria premissa parece repetir em grande parte a proposta trazida em Protocolo Fantasma de deixar os agentes trabalharem como renegados por conta própria. Falta em personalidade o que sobra na tentativa de acertar a receita do bolo. Veja programação completa dos filmes em cartaz na capital baiana! O dever de cumprir todos os elementos obrigatórios para caracterizá-lo como um “filme de Missão Impossível” parece engessar suas possibilidades, e cada cena parece trabalhar com o intuito de riscar da lista de compras o que é jogado no carrinho. Máscaras absurdamente realistas, uma quantidade de mudanças de locações que daria inveja ao próprio 007 e um grande plano de invasão aparentemente impossível são marcas registradas e dão segurança tanto ao público quanto aos produtores de que não estão arriscando seus dólares no produto errado. Por outro lado, é bastante gratificante as homenagens feitas ao diretor que conseguiu trazer os melhores filmes de espionagem já visto em uma tela grande: Alfred Hitchcock. A cena de luta na opera de Viena se propõe e consegue trazer o tom majestoso do clímax de O Homem que Sabia Demais, onde o tiro a ser disparado pelo assassino, nos dois casos, só será efetuado em uma determinada nota marcada na partitura. O fato do espectador ser previamente avisado dos planos do homicida, agrega um imenso valor ao suspense construído e à montagem paralela quadruplamente efetuada com destreza neste momento. Destaco também o trabalho fantástico de edição de som, aliado a câmera submarina no momento da invasão ao cofre, onde o espectador parece ser levado pela correnteza juntamente com os personagens em cena. Tom Cruise (No Limite do Amanhã) retorna com seu típico vigor físico, provando que idade não é sinal de enfraquecimento. Suas cenas de ação são extremamente bem coreografadas e colocadas em prática com visível disciplina. Pena que o empenho do ator não pareça alcançar as searas mais profundas de seu personagem, e os momentos mais emotivos ou conflituosos que perpassam pela sua trajetória são marcados pelo seu estilo “canastrão”. Em dois momentos bem específicos este lado do ator fica extremamente claro, e os diálogos já expositivos do roteiro de McQuarrie são escancarados em tela por um “tom” (ha-ha-ha) visivelmente acima em suas réplicas. Mergulhado em um carisma transgênico, cirurgicamente trabalhado em laboratório, Missão Impossível: Nação Secreta passa longe de ser considerado um filme ruim. Com um roteiro e direção que, por mais que errem em certos pontos, provam seu devido valor no equilíbrio entre ação e humor. McQuarrie transpira um ar de C.D.F, que fez o filme como uma prova de História do Cinema, onde liga aos elementos da quadrilogia que antecede seu novo filme, a bagagem quase secular do Cinema de Espionagem, entregando um resultado que pode se resumir como “correto”. E talvez este seja seu maior problema.

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