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CINEMA

Discursos sobre igualdade, justiça e superação marcam Oscar 2015

Do feminismo à igualdade racial, lutas sociais ganharam espaço na maior premiação do cinema mundial

• 24/02/2015 às 16:49 • Atualizada em 01/09/2022 às 23:23 - há XX semanas

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O fato de um ator gay, casado, com dois filhos ser apresentador da cerimônia é uma prova de que a Academia está lutando contra alguns preconceitos. A noite foi de discursos cheios de manifestações a minorias (Foto: Reprodução)
O glamour e o entretenimento característicos da festa do Oscar estavam presentes na noite de premiação, no domingo (22), no Dolby Theatre, em Los Angeles. Mas é provável que a maior marca da cerimônia deste ano tenham sido os discursos políticos. O mexicano Alejandro González Iñárritu, diretor e produtor de 'Birdman', maior vencedor da noite, encerrou o dia com um discurso a favor dos imigrantes e lembrou que os Estados Unidos são um país formado principalmente por quem tem raízes estrangeiras: “Quero dedicar este prêmio aos meus compatriotas. E para os que vivem nos Estados Unidos e que fazem parte da mais nova geração de imigrantes, rezo para que sejam tratados com a mesma dignidade e o mesmo respeito dos que vieram antes e construíram esta incrível nação de imigrantes”. Mas o mexicano garantiu que essa não era uma resposta ao ator Sean Penn, que, segundos antes de anunciar o vencedor do Oscar de melhor filme, brincou: “Quem deu o green card (visto permanente de imigração) para esse cara?”. No ano passado, outro mexicano, Alfonso Cuarón, levou o prêmio de melhor diretor, por Gravidade. Iñárritu e Penn são amigos e já trabalharam juntos, em 21 Gramas.
A atriz Patricia Arquette fez um discurso sobre igualdade entre homens e mulheres quando subiu ao palco para receber o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação em 'Boyhood' (Foto: Reprodução)
Outra que conquistou a plateia foi Patricia Arquette, que, ao receber o prêmio de melhor atriz coadjuvante por Boyhood, pediu equiparação de direitos e remuneração entre homens e mulheres na indústria hollywoodiana: “A todas as mulheres que dão à luz e pagam seus impostos é chegado o momento de termos os mesmos salários dos homens e os mesmos direitos”. Meryl StreepSobraram aplausos para Arquette e uma das mais entusiasmadas foi Meryl Streep: “Yes! Yes!”, gritava a atriz, enquanto erguia o braço e apontava efusivamente em direção à vencedora, em sinal de aprovação. Se, no ano passado, o selfie de Ellen DeGeneres, acompanhada de mais de dez astros, ganhou as redes sociais, dessa vez foi a imagem de Streep que se espalhou rapidamente pela internet e gerou vários memes. Após o fim da cerimônia, Arquette, nascida em Chicago, foi ainda mais veemente e mandou um recado direto ao seu país: “Não tem desculpa que justifique sairmos pelo mundo falando sobre igualdade em outros países quando não temos os mesmos direitos nos Estados Unidos”. Os discursos contra o sexismo já haviam se espalhado na internet antes mesmo de o Oscar começar,em uma campanha criada pela comediante Amy Poehler. A hashtag #AskHerMore pedia aos entrevistadores do Oscar que fizessem perguntas inteligentes às celebridades femininas e que lhes permitissem mostrar seu pensamento, em vez de falarem apenas sobre seus exuberantes vestidos.Mas a Academia até tem demonstrado tolerância em relação a minorias, a começar pela escalação de Neil Patrick Harris como apresentador. O ator da série 'How I Met Your Mother' chegou à festa acompanhado do marido, David Burtka, com quem é casado há anos. O casal tem os gêmeos Harper e Gideon, de 4 anos. A atriz e apresentadora Ellen DeGeneres, que comandou a cerimônia por duas vezes, inclusive no ano passado, também é assumidamente homossexual.
Ao lado de John Legend, o rapper Common Common e John Legend venceu o prêmio de melhor canção com 'Glory', do filme 'Selma - Uma Luta Pela Igualdade'. No discurso, falaram sobre o preconceito que os negros sofrem (Foto: Divulgação)
Já o músico John Legend, que, junto com o rapper Common ganhou o Oscar de melhor canção original por 'Glory', do filme 'Selma', falou sobre o preconceito racial: “A luta por liberdade e justiça é real. Vivemos no mais encarcerado país do mundo. Há mais homens negros presos hoje do que durante a escravidão, em 1850”.NegrosA discussão sobre o preconceito racial esteve em evidência em outros momentos, como quando o apresentador Neil Patrick Harris, logo na abertura, disse: “Bem vindos à plateia mais branca, quer dizer, mais brilhante de Hollywood”. Chamava a atenção o fato de nenhum negro concorrer em nenhuma das quatro categorias de interpretação, o que não ocorria há 20 anos. Em seguida, Common citou as manifestações contra os ataques ao Charlie Hebdo, na França, e os protestos pela democracia em Hong Kong.
O roteirista Graham Moore, de 'O Jogo da Imitação', declarou que tentou suicidar-se aos 16 anos porque se sentia estranho, diferente. Dedicou sua fala às crianças que se sentem excluídas (Foto: Divulgação)
Graham Moore, premiado com o Oscar de melhor roteiro adaptado, por 'O Jogo da Imitação', proferiu algumas das palavras mais tocantes da noite, ao falar sobre os que se sentem excluídos: “Quando eu tinha 16 anos, tentei me matar porque me sentia esquisito. E agora eu estou aqui. Eu queria que esse momento fosse dedicado à criança que se sente estranha e acha que não se encaixa em lugar nenhum. Sim, você se encaixa. Continue esquisita e continue diferente”. Por falar em exclusão, é provável que alguns astros tenham se sentido esquecidos naquela noite, por terem voltado para casa de mãos vazias. Um deles é Michael Keaton, que para muitos era o que mais merecia o Oscar de melhor ator por seu desempenho em Birdman. Keaton vive um ator decadente que, no passado glorioso, interpretou um herói e vive tentando resgatar a carreira. Mas o preferido da Academia foi Eddie Redmayne, pela atuação em 'A Teoria de Tudo', em que interpreta o físico Stephen Hawking.
Correio24horas

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