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Mãe de Pareja ganha 105 mil Reais do Estado, mas pode esperar 15 anos para receber

O pagamento do valor será feito por meio de precatórios, que são os regimes de pagamento que norteiam as decisões judiciais contra entidades estatais

• 06/07/2011 às 20:37 • Atualizada em 29/08/2022 às 15:43 - há XX semanas

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Leonardo Pareja. Lembra desse nome? Não? Se você tem menos de 20 anos, realmente deve ser meio difícil, já que em 1995 você era muito pequeno para entender as "façanhas" do bandido que protagonizou um sequestro seguido de uma fuga cinematográfica na Bahia e ganhou fama por desafiar a polícia e debochar da imprensa brasileira. O nome do criminoso voltou à tona no mês passado, cerca de 15 anos após sua morte, graças à indenização que a sua mãe receberá da Justiça do Estado de Goiás, um valor de cerca de R$ 105 mil, pelo assassinato do seu filho em uma penitenciária do estado. Luzia Rodrigues Santos também receberá mensalmente um salário mínimo até o ano de 2039. Mas, apesar de ter ganhado a causa, a mãe de Pareja ainda não levou o dinheiro e vai ter que esperar ainda um bom tempo. É o que informou Uires Gomes, assessor jurídico do Departamento de Precatórios do Tribunal de Justiça de Goiás. Segundo Uires, Luzia pode demorar até 15 anos para receber a indenização. O motivo? O pagamento do valor será feito por meio de precatórios, que são os regimes de pagamento que norteiam as decisões judiciais contra entidades estatais. Ou seja, nada de dinheiro por enquanto, já que atualmente, estão sendo pagos os ganhadores das causas de 1992. Ainda segundo Gomes, como a mãe de Pareja não apresentou toda a documentação necessária para dar entrada no ofício requisitório, o processo ainda não foi protocolado. Quem foi Pareja? Em setembro de 1995, Pareja sequestrou uma adolescente de 16 anos em Salvador e a manteve refém durante três dias em um hotel no município de Feira de Santana, a 107 quilômetros da capital baiana. Após negociar com a polícia, o bandido conseguiu fugir até a cidade de Brotas de Macaúbas, onde a liberou. Depois, roubou um carro e fugiu para Goiás. A partir daí, seu nome ficou conhecido no país. Ele passou mais de um mês como fugitivo, chegando a dar entrevistas para rádios e televisões ironizando a demora da polícia em localizá-lo. Pareja driblou a polícia da Bahia, de Minas e Goiás, onde se entregou, mas exigiu a presença de um juiz e da imprensa. Em maio de 1996, Pareja liderou uma das principais rebeliões do Centro Penitenciário de Goiás (Cepaigo), em que cerca de 40 detentos fugiram e fizeram autoridades do Estado como reféns. Dentre as vítimas, o presidente do Tribunal de Justiça do estado, Homero Sabino, que chegou a agradecer ao criminoso por ter 'salvo' a vida de todas as vítimas. O bandido de classe média, que morreu aos 22 anos, estudou em um colégio tradicional de Goiás, aprendeu a tocar piano, fez curso de inglês, computação e judô, mas mesmo com toda a educação que recebeu, preferiu entrar para o mundo do crime ainda na adolescência. Antes de ser assassinado, o jovem chegou a ser condenado a 18 anos de prisão por assalto à mão armada e sequestro. Na cadeia, Pareja foi morto a tiros por Eduardo Rodrigues Siqueira. O assassino teria matado o goiano porque ele queria ser o mais poderoso da prisão na época. Mídia Pareja virou tema do documentário 'Leonardo Pareja' ou 'Vida Bandida', realizado por Régis Farias, filho do ator Reginaldo Faria. O audiovisual, que não foi exibido em cinemas ou festivais, foi lançado pelo "Canal Brasil", da Rede Globo, em 1998. O bandido também inspirou, no ano de sua morte, um livro chamado “Ensaio de uma vida bandida”, do escritor curitibano Leandro França. A obra literária foi lançada em 2008. Os dois produtos serviram para eternizar a trajetória de um personagem que não se contentava apenas em aparecer, mas também queria ser o diretor e o roteirista de sua própria vida.

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