Todo mundo pode ser um contador de histórias

Prender a atenção do espectador, manter o ritmo da narrativa, imprimir emoção no que se fala... Parece, mas não é tão fácil contar uma boa história e haja talento para isso. Também não é suficiente ter um bom repertório, o contador precisa de alguma técnica, como saber alinhar respiração, tom de voz, olhar e gestual, pois tudo comunica. Foi para passar essas orientações em uma oficina que a contadora de histórias Clara Haddad esteve em Salvador, na última semana. E o mais interessante: os participantes do curso 'A Arte de Contar Histórias' não eram só professores que queriam aperfeiçoar a técnica para entretener seus alunos, mas profissionais de outras áreas, como medicina e até contabilidade. Isso porque o método que se usa para as histórias infantis é a mesmo para outras narrativas.E para ser um bom contador, do que é preciso? Clara Haddad responde: "Primeiro gostar da história e saber sobre o que se está falando. É preciso estar disponivel para isso e falar bem", explica. Uma história bem contada, com entusismo e riqueza de detalhes consegue mesmo vencer um dos maiores desafios dos tempos atuais: a concorrência dos aparelhos eletrônicos e dos jogos. Para isso, a contadora recomenda que os pais comecem a narrar histórias para seus filhos em casa, e não delegar a tarefa apenas para a escola. Isso, assegura Haddad, cria um elo emotivo inabalável entre pais e filhos. Muitos pais fogem da proposta por acharem que não têm jeito ou talento para contar histórias para seus pequenos e perdem grandes oportunidades de estarem mais próximos deles. O importante é começar esse exercício o mais rápido possível, na opinião da contadora. O desempenho é variável de pessoa para pessoa. Em alguns casos, já nas primeiras narrativas, a pessoa descobre talentos que jamais pensou ter, mas que, na verdade, estavam lá guardados. Outros demoram um pouco mais para encontrar o tom, porém, o importante é ter em mente que trata-se de um exercício ao alance de todos. "Todo mundo pode desenvolver esse talento, porque o homem nasceu para comunicar suas ideias", reforça. Leia Também Ceci Alves fala ao iBahia sobre carreira e novo filmeNo caso da contação para crianças, ela recomenda que os adultos escolham livros que tragam temas importantes sobre os quais eles teriam dificuldade de introduzir com as crianças de uma maneira livre, como por exemplo morte, medo e divórcio.