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CINEMA

Violência em Salvador e RMS será retratada em documentário

O documentário está sendo realizado pelo premiado fotógrafo André Liohn

• 26/02/2015 às 14:52 • Atualizada em 01/09/2022 às 23:22 - há XX semanas

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O fotógrafo André Liohn vem a Salvador para fazer registros da violência na capital e Região Metropolitana (Foto: Reprodução/Vimeo)
O fotógrafo André Liohn, único sul-americano a conquistar o prêmio Robert Capa Gold Medal, um dos mais importantes prêmios de fotografia do mundo, está em Salvador para registrar cenas de violência que envolve o cotidiano soteropolitano e de outros municípios da Região Metropolitana. O trabalho faz parte do Projeto REVOGO, documentário que Liohn desenvolve há cerca de dois anos, com a proposta de revogar as certezas que se tem sobre a violência no país.Usando da tradição da fotografia de conflitos, na qual é especialista, Liohn criará um documento visual que busca contribuir para a melhoria dos argumentos dos brasileiros sobre a violência no país. O projeto retratará a violência em todas as regiões brasileiras e culminará com uma mostra de fotografia em São Paulo e Brasília.

Acostumado a fotografar situações de guerra, o fotógrafo acha errado chamar a violência no Brasil de guerra civil não declarada" porque, para ele, são situações bastante distantes

Sobre os motivos que lhe levaram a idealização de REVOGO, Liohn afirma que a violência no Brasil sempre foi algo que lhe perturbou, tanto pelos efeitos diretos causados em sua vida, quanto na de pessoas próximas, como familiares e amigos. “Porém, também sempre me incomodou o discurso reproduzido por muitos de que o Brasil tem uma guerra civil não declarada e, após anos trabalhando em áreas de conflito, de guerras civis principalmente na África e Oriente Médio, eu entendi que no Brasil, apesar de todos os problemas que a violência de nosso país nos causa, o conceito de guerra não poderia ser usado e que usá-lo serve apenas para desfocar nosso entendimento sobre esta nossa praga”, avalia.Para ele, comparar a violência no Brasil com guerras é possível apenas se pensarmos no número de mortes que ambos os problemas causam. “Se analisarmos ambos os casos detalhadamente, veremos que além dos números, nossa violência e guerras são fundamentalmente diferentes e, por isso, os métodos para que possamos evoluir do estado em que estamos agora, não pode ser o mesmo ou sequer, se inspirar nos métodos usados em situações de guerra.“O Brasil sofre de um caso crônico de delinquência social, um caso que não coincide com as aspirações ou possibilidades do país, porém, eu identifico aspectos culturais, momentos históricos e estruturas públicas e políticas que fomentam e legitimam uma postura violenta no cidadão brasileiro, independentemente de sua classe social. O projeto REVOGO é a exposição direta destes aspectos”, diz o fotógrafo.

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