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MÚSICA

Crítico carioca lança Cantadas, livro sobre 25 cantoras nacionais

Com 26 anos dedicados ao jornalismo musical, o crítico Mauro Ferreira lança o livro Cantadas, sobre 25 vozes femininas do país. Em sua lista diversa estão Maria Bethânia, Daniela Mercury e Tulipa Ruiz

• 22/07/2013 às 11:39 • Atualizada em 27/08/2022 às 10:17 - há XX semanas

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O crítico carioca Mauro Ferreira escreve

sobre música desde 1987

Especializado em jornalismo musical antes mesmo de se formar em Comunicação Social, o carioca Mauro Ferreira, 48 anos, sempre se fascinou pela voz feminina, especialmente das brasileiras. Para celebrar os 25 anos dedicados à crítica e ao noticiário musical, comemorados ano passado, ele decidiu escrever seu primeiro livro sobre o universo musical, Cantadas - A Sedução da Voz Feminina em 25 anos de Jornalismo Musical. Antes disso, ele só havia publicado um livro: Nossa Senhora das Oito, sobre a novelista Janete Clair (1925-1983). Mauro iniciou a carreira no jornal O Municipal, onde era repórter da área musical. De lá, saiu para O Globo, onde passou mais de oito anos como crítico de música brasileira. O passo seguinte foi no diário carioca O Dia, onde mantém, desde 1998, a coluna Estúdio, sobre o mercado fonográfico. Mas o seu maior empreendimento pessoal foi o blog Notas Musicais, que ele atualiza diariamente, com uma disciplina de dar inveja a muitos blogueiros. O site, que reúne resenhas de CDs, DVDs e shows, tornou-se referência para amantes de música e jornalistas. Agora, o novo investimento pessoal de Mauro, o livro Cantadas, lançado em edição independente, reúne 25 das cantoras favoritas dele. A lista inclui desde divas consagradas como Maria Bethânia, Gal Costa, Nana Caymmi e Elza Soares até revelações mais recentes como Tulipa Ruiz, Roberta Sá, Vanessa da Mata e Maria Gadú. “A escolha das cantoras passa, claro, pelo gosto pessoal. Além disso, busquei uma diversidade para criar um painel da música brasileira”, revela. O que motivou você a escrever o livro e como foi sua trajetória no jornalismo musical?A ideia de fazer o livro surgiu do aniversário de 25 anos que tenho dedicado ao jornalismo musical, em que ingressei em 1987, antes mesmo de me formar em jornalismo, no ano seguinte. Depois de minha primeira experiência num jornal da Baixada Fluminense, O Municipal, eu passei para O Globo em 89. Lá, entrei para ser repórter e logo me tornei crítico. Fiquei no Globo até 1997, quando passei para O Dia, onde publico, desde 1998, a coluna semanal Estúdio, sobre CDs e DVDs musicais. O que determinou a seleção das 25 cantoras do livro foi o seu gosto pessoal?A escolha das cantoras passa, claro, pelo gosto pessoal. Além disso, quando escolhi os nomes busquei uma diversidade para criar um painel da música brasileira. Junto às cantoras mais emblemáticas e populares, como Maria Bethânia, Gal Costa e Nana Caymmi, fiz questão de incluir outras mais recentes, como Teresa Cristina, Tulipa Ruiz e Vanessa da Mata. Tem também Cida Moreira, que, embora não seja popular, é fundamental na música brasileira.
Maria Bethânia, “intéprete de inflamados gestos teatrais”, como define o autor no capítulo dedicado a ela
Quanto tempo você levou para terminar o livro e como foi o processo para escrevê-lo?Todos os textos são inéditos. Para escrever o livro, ouvi novamente a discografia completa das 25 cantoras. Então, fiz questão de esperar até o fim de 2012 para aguardar os novos discos delas. Assim, eles puderam entrar no livro, que foi escrito entre março e junho deste ano. De onde surgiu sua preferência pela voz feminina?Não sei explicar racionalmente o motivo disso. Foi algo que surgiu naturalmente, que hoje transparece no meu trabalho e atrai os leitores. Nasci em 1965, então acompanhei bem a explosão de uma geração de ótimas cantoras que estourou em 1979, formada também grandes compositoras, como Joyce, Fátima Guedes, Marina e Angela Ro Ro. Hoje, há também ótimas cantoras-compositoras que estão no livro, como Ana Carolina, Marisa Monte e Adriana Calcanhotto. Muitos blogueiros estão abandonado o blog e migrando para as redes sociais. No entanto, você mantém o seu blog sempre atualizado. Ainda acredita no potencial dessa ferramenta ?Sim, acredito, tanto que atualizo o blog de domingo a domingo. Normalmente, faço cinco posts por dia e o motivo da boa quantidade de acessos é que o mantenho sempre atualizado. Mas, mais que um simples blog, o Notas Musicais é um site de notícias sobre música. Gosto muito do formato de blog porque me permite escrever sem limite físico, ao contrário do jornal impresso, em que às vezes tenho só duas linhas para fazer um comentário sobre um CD ou DVD. Como foi sua formação de ouvinte? Você tem conhecimento teórico de música?A minha formação como ouvinte vem principalmente do rádio e da TV, como toda a minha geração. Cheguei a estudar um ano e meio de teoria musical, mas entrei no jornal e descobri que não era necessário. E mais: acho que crítico não deve ser músico, porque, se for, corre o risco de se tornar um músico frustrado. Claro que tenho que conhecer a história da música brasileira. Mas acho que tenho um conhecimento intuitivo, afinal meu blog atrai muitos músicos e gente especializada.
Novas revelações, como a paulista Tulipa Ruiz, também estão no livro
Cantadas é o seu primeiro livro sobre música, mas em 2003 você publicou um livro sobre Janete Clair. A dramaturgia também lhe interessa? Se eu não fosse crítico, com certeza estaria escrevendo novela. Ou, pelo menos, estaria tentando (risos). Antes de a internet revolucionar o jornalismo musical, eu pensava em trabalhar na teledramaturgia. Involuntariamente, o teatro acabou entrando num segundo plano em minha carreira. Já fiz resenhas de peças teatrais, mas não me sinto tão confortável quanto na música. Chama a atenção a inclusão de Daniela Mercury, que representa a axé music, gênero que não costuma ser bem-recebido pela crítica. Por que a inclusão dela?Eu sou um dos poucos críticos que não tem preconceito contra o axé, que, quando se industrializou, perdeu muito. Como eu queria ver a diversidade da música brasileira representada no livro, achei que seria importante colocar alguém do axé. E, como o livro é focado em discos, Daniela foi a mais adequada porque ela tem discos emblemáticos da década de 90. E acho que, das quatro maiores cantoras do axé, em que inlcuo Claudia Leitte, Ivete Sangalo e Margareth Menezes, Daniela é quem tem a discografia mais bem resolvida. Margareth não é uma estrela, mas é uma cantora espetacular. Sou fascinado por ela e me dói muito ela não estar no livro. 'Cantadas', de Mauro FerreiraEditora - Organograma Valor - R$35 (192 páginas) Matéria original: Correio* Crítico carioca lança Cantadas, livro sobre 25 cantoras nacionais

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