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MÚSICA

Literatura e música marcam segunda maior festa literária do país

Cerca de 30 mil pessoas prestigiaram o evento, que fez de Cachoeira capital da literatura brasileira

• 03/11/2014 às 20:48 • Atualizada em 27/08/2022 às 19:15 - há XX semanas

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Cinco dias, 12 mesas, 35 autores, escritores, poetas, três homenagens e cerca de 30 mil visitantes. Assim foi a '4ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira', a Flica 2014, em números, que fez a cidade histórica do Recôncavo Baiano se tornar a capital da leitura no país durante quase uma semana de evento.
Mãe Stella de Oxóssi foi a primeira escritora a ser homenageada pela Flica (Foto: Egi Santana/Divulgação)
A segunda maior festa literária do Brasil fez, pela primeira vez, uma homenagem a um autor, sendo a escolhida da vez Mãe Stella de Oxóssi. O coordenador geral e curador da festa, Emannuel Mirdad afirmou que foi mais uma homenagem da yalorixá ao evento do que o contrário. “Ela homenageou a Flica com sua presença iluminada, suas bençãos e todo axé que podia trazer para a gente”, declarou. “Essa Flica vai entrar para a história como a que abriu espaço para os afrodescendentes e ao povo de santo, coisa que é difícil”, declarou o professor e pesquisador Jaime Sodré, que foi o responsável por conduzir a mesa de homenagem.Além de Mãe Stella, foram homenageados também, o cantor e compositor baiano Dorival Caymmi e o autor João Ubaldo Ribeiro. A mesa 'O tempo de Caymmi' abriu a festa com a participação da filha do célebre poeta baiano, Stella Caymmi, autora de biografias de seu pai e do professor e também escritor Marielson Carvalho. Os dois relembraram histórias do poeta que cantou, como poucos, a baianidade.A homenagem a João Ubaldo não foi muito diferente. A autora de livros adultos e infantis Ana Maria Machado, o roteirista Geraldo Carneiro e o escritor Fernando Vita, amigos do baiano, se encontraram em uma mesa divertida e cheia de histórias do autor. Durante a mesa, João Ubaldo Ribeiro foi, mais uma vez, imortalizado nas vozes dos amigos e nos aplausos da plateia.
Os escritores Ana Maria Machado, Fernanado Vita, além do roteirista Geraldo Carneiro participaram (Foto: Egi Santana/Divulgação)
Outras mesas tiveram grande destaque durante o evento, que contou com presença ilustre de autores internacionais como o dramaturgo romeno Matéi Visniec, que com Márcio Meireles conversou sobre a literatura teatral. Outro autor estrangeiro que passou pela Flica foi o filósofo lituano Leônidas Donski, que, junto ao brasileiro Nelson Ascher, participou de uma mesa sobre intolerância.Já o português Gonçalo Tavares esteve em Cachoeira para conversar sobre literatura e inspirações, ao lado da baiana Mariana Paiva. A participação internacional da Flica 2014 foi encerrada com a presença do angolano Ondjaki, que ao lado do baiano Dênisson Padilha Filho, falou um pouco sobre os caminhos que os levam a escrever.Festa da literatura... E da música A Flica 2014 consolidou-se como uma das mais importantes festas literárias do país. A ampliação da programação musical, com duas apresentações diárias e o aumento da Fliquinha, programação voltada para as crianças, estão entre os destaques deste ano.
Juliana Ribeira levou o melhor do samba do Recôncavo para o público da Flica (Foto: Egi Santana/Divulgação)
A mesa com Mãe Stella foi a que teve maior número de visitantes, com um público de aproximadamente 700 pessoas, que se dividiram entre o Claustro e a Igreja do Conjunto do Carmo. “Pela primeira vez tivemos que fechar e controlar o acesso”, afirma Mirdad. “Escutamos pela cidade que a Flica é como um segundo São João para a cidade”, continuou, citando a festa que mais movimenta o comércio local.A economista Carol Fernandes, que viveu em Cachoeira por muito tempo, mora em outra cidade, mas voltou à sua terra para o evento, acredita que, apesar do aumento do público, ainda falta as pessoas da cidade prestigiarem o evento. “Falta, talvez, convidar artistas aqui da terra”, relatou. Para ela, a presença do samba de roda na programação musical foi importante. “É algo daqui, é bom mostrar o que a gente tem para os visitantes que chegam”, contou.Para o estudante de Jornalismo João Bertonie, que prestigiou o evento pela primeira vez, a festa foi um sucesso. O rapaz ressaltou, no entanto, a má qualidade dos serviços na cidade. “A cidade não está preparada um evento deste porte”, colocou. Mirdad concorda, para ele, os comerciantes locais precisam se preparar para o aumento da demanda que a Festa proporciona à cidade. Reclamações como falta de hospedagem, preços altos e atendimento ruim nos bares e restaurantes foram citados como problemas que precisam ser resolvidos para que não se tornem maiores.
Contação de histórias e lançamentos de livros da tradição oral de comunidades quilombolas foram atrações da Fliquinha (Foto: Daniel Silveira/iBahia)
Uma festa para todas as idades Novidade na edição de 2013, a Fliquinha ganhou espaço maior este ano. A programação principal aconteceu no Cine Thetro Cachoeirano, que foi reinaugurado, depois de 20 anos. Rodas de conversas com escritores, oficina de cordel e contação de histórias foram destaques durante a festa para os pequenos. O escritor mirim Yuri Lucas, de 12 anos conversou com as crianças, além do cartunista Luís Augusto e do astrônomo Fernando Munaretto, que tirou as dúvidas dos pequenos sobre o universo e astronomia.Do lado de fora, atividades lúdicas eram realizadas com as crianças, promovidas por patrocinadores do evento. Teatro de fantoches, contação de histórias e oficinas de desenho, dobradura e colagem foram apenas algumas das possibilidades de diversão, além de uma biblioteca com cerca de 300 títulos disponíveis.
As crianças tiveram acesso a livros e conversaram com autores em programação especial para os pequenos (Foto: Daniel Silveira/iBahia)
Com a Fliquinha, a programação adulta e musical consolidadas, Mirdad anuncia que o desafio para 2015 é trazer para a festa uma programação voltada para o público jovem e adolescente. “É um público que consome bastante, que compra livro e quer a presença de seus autores prediletos aqui”, afirma. Ainda segundo o curador, a organização espera que a próxima edição do evento seja ainda maior, já que a presença de veículos de imprensa nacional noticiando a festa deve garantir alcance maior da mesma. A largada para 2015 já foi dada e os apaixonados por literatura só precisam esperar um pouquinho.*Com orientação e supervisão de Márcia Luz

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