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ECONOMIA

Google é acusado de criar ferramenta de espionagem no trabalho

Segundo funcionários, ferramenta será usada para monitorar tentativas de organizar protestos e discutir direitos trabalhistas

Redação iBahia • 24/10/2019 às 16:57 • Atualizada em 31/08/2022 às 12:13 - há XX semanas

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Funcionários acusam a liderança do Google de desenvolver uma ferramenta de vigilância interna que, na visão deles, será usada para monitorar tentativas de organizar protestos e discutir direitos trabalhistas.

No início deste mês, empregados disseram ter descoberto que uma equipe interna estava criando a ferramenta para o navegador customizado Google Chrome, que é instalado nos computadores de todos os trabalhadores e usado para pesquisar sistemas internos.

Foto: reprodução


As preocupações foram descritas em um memorando de um funcionário do Google visto pela Bloomberg News e por três empregados do Google, que pediram anonimato porque não estão autorizados a falar com a imprensa.

A ferramenta reportaria automaticamente funcionários que criam no calendário um evento envolvendo mais de 10 salas ou 100 participantes, de acordo com o memorando. A explicação mais provável, segundo o texto, “é que se trata de uma tentativa da liderança para se inteirar imediatamente sobre qualquer tentativa de organização dos trabalhadores”.

Um representante do Google (controlado pela Alphabet) declarou: “Essas alegações sobre a operação e o propósito dessa extensão são categoricamente falsas. É um lembrete para as pessoas agirem de forma consciente quando inserem automaticamente uma reunião nos calendários de grande número de funcionários.”

A extensão foi motivada por um aumento na quantidade de conteúdo indesejado (spam) em agendas e eventos, de acordo com o Google. A ferramenta não coleta informações de identificação pessoal nem impede o uso de calendários, mas apresenta uma espécie de lombada quando funcionários abordam um grupo numeroso, disse a empresa.

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Tensão crescente
As visões conflitantes sobre a ferramenta ressaltam o aumento das tensões entre a liderança do Google e o chão de fábrica. Em 21 de outubro, dezenas de trabalhadores do escritório em Zurique realizaram um evento sobre direitos trabalhistas e sindicalização, apesar das tentativas de seus gestores de cancelar o encontro.

No mês passado, trabalhadores temporários do Google em Pittsburgh votaram para se juntar ao sindicato de siderurgia.

No último ano e meio, funcionários protestaram contra a postura da direção em relação a acusações de assédio sexual e lançaram campanhas internas contra alguns projetos do Google, incluindo um mecanismo de busca censurado na China e um contrato com o Pentágono para analisar imagens de drones.

O memorando recente sugere que a nova extensão do Chrome visa ajudar funcionários do Google a aplicar “diretrizes comunitárias” recém-apresentadas, que desestimulam empregados a discutir política — um distanciamento da cultura notoriamente aberta da empresa.

Uma porta-voz informou em agosto que acompanhia estava construindo uma ferramenta para os funcionários alertarem para mensagens internas problemáticas e montando uma equipe de moderadores para monitorar conversas nos chats da empresa.

Não se sabe se essa ferramenta é a extensão do Chrome voltada para calendários e reuniões de funcionários. O Google não retornou imediatamente o pedido de esclarecimento da reportagem.

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