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Entrevista

'O racismo está aí fazendo com que a gente se diminua o tempo inteiro', diz Lucas Deluti

Integrante de diferentes séries nacionais, ator baiano exalta importância do protagonismo negro na tela

Lucas Sales • 02/09/2023 às 14:00 - há XX semanas

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					'O racismo está aí fazendo com que a gente se diminua o tempo inteiro', diz Lucas Deluti
Foto: Reprodução / Redes sociais

Apesar da pouca idade, o ator baiano Lucas Deluti carrega uma vasta experiência nas telinhas e também na vida. Natural de Salvador, o jovem de 20 anos dividiu detalhes da carreira, emoção de atuar com renomados nomes da arte e refletiu sobre assuntos como xenofobia e racismo.

Filho de pais artistas - sendo o pai o tecladista de Claudia Leitte, cantora que incentivou o menino a investir na carreira -, o destino de Lucas era um só: a arte. Ele canta, dança, é multi-instrumentista, exerce a atuação e encanta nas telas. Foi dentro da própria casa que ele foi moldando seu jeito de lidar com os talentos e contou com disciplina e foco para investir com certeza nas oportunidades que foram surgindo no caminho. Ele começou a carreira aos 13 anos e chegou a comandar um trio elétrico no carnaval de Salvador.

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					'O racismo está aí fazendo com que a gente se diminua o tempo inteiro', diz Lucas Deluti
Foto: Reprodução / Redes sociais


Lucas Deluti pode ser visto de forma simultânea na 2ª temporada da série "De Volta aos 15", da Netflix e também em "Além do Guarda Roupa", na HBO, o primeiro dorama brasileiro a ser lançado no país. Durante o bate papo ele fez questão de exaltar grandes nomes com quem divide o set como Klara Castanho, Maisa, Caio Cabral, entre outros nomes.

"É tudo massa. Cresci junto com elas, sempre admirei o trabalho das meninas, e jamais imaginei que trabalharia com elas tão cedo, logo no começo [da carreira]. Elas são safas, sabem demais, elas parecem uns robozinhos, é impressionante. É incrível ver como elas trabalham, elas dão conselhos maravilhosos. A gente se diverte demais, é um set jovem, é delicioso", disse ele.

Na série ele também atua ao lado da namorada, Dora Freind. Por ser um relacionamento à distância, os dois atores fazem a ponte aérea Rio de Janeiro - Salvador sempre que possível. "É desafiador cada um morar em uma cidade, mas fomos entendendo essa relação, e não é difícil vir pra cá e eu ir pra lá. Cada um viaja em um mês. Dora é apaixonada por Salvador e eu estou apaixonado pelo Rio de Janeiro. Sempre que a gente se encontra é uma festa, uma felicidade. Por trabalharmos na mesma profissão a gente se ajuda, ela é muito amiga, amorosa, companheira mesmo. é delicioso estar dividindo esse amor com ela".


				
					'O racismo está aí fazendo com que a gente se diminua o tempo inteiro', diz Lucas Deluti
Foto: Reprodução / Redes sociais

"Além do Guarda Roupa"

O baiano ganhou uma oportunidade única de marcar presença no elenco de "Além do Guarda Roupa". A trama integra a cultura coreana e braileira com astros do Kpop. Todos os episódios estão disponíveis na Hbo Max.

"A gente vê poucas séries bilingues onde metade do elenco é de um pais, metade do outro, países e cultura completamente diferentes, o inglês eu mando bem. é muito legal conhecer uma cultura nova, nessa série eu consegui aprimorar o meu bilingue e eu tinha que contracenar sem entender completamente nada. Foi um aprendizado muito surpreendente. Enriqueceu demais o meu lado pessoal e profissional. Foi muito positivo. Muito divertido fazer algo inédito, algo que ninguém tinha feito ainda. Foi intenso, desafiador".

Desafios e preconceitos 

Para lidar com adversidades impostas pelo preconceito que reverbera no país, Lucas contou com ensinamentos desde o berço. A mãe dele foi fundamental para que ele entendesse toda beleza e que as perversidades ditas e feitas pelas pessoas dizem mais sobre elas do que si próprio.

"Sempre que chego no eixo Rio de Janeiro - São Paulo é uma coisa insuportável, além de xenofobia, também tem o racismo. Minha mãe sempre dividiu a delícia e as dores de ser um menino negro, ela sempre destacou que eu precisava estar nos lugares arrumado, bem vestido, com o cabelo arrumado [...] na roda de amigos eu sempre fui o mais quieto, silencioso, observador. Os meus amigos podiam estar como estivessem, mas eu tinha que estar alinhado, os tratamentos que eles receberiam não seriam o mesmo que o meu. Sempre andei com minha identidade no bolso, as mãos onde pudessem ser vista, eu já tinha um lugar que era meu".

"Infelizmente a gente já cresce sabendo que não temos os mesmos privilégios das outras crianças. O racismo está aí fazendo com que a gente se diminua o tempo inteiro, mostrando que a gente já nasce com um lugar".

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